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Cristiane França

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Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan Banks, USA, Hanna

 

Sophie Anderson, Portrait Of Young Girl

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Goya, Maja Desnuda

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Autobiografia


Nasci em setembro. Nasci renascendo com a primavera... A cidade: Rio Negro - PR. Pequenina, com pracinha e cheiro de café na madrugadinha do amanhecer. Muito cedo descobri as letras e fui escrevendo o que sentia, então, alguém leu e disse-me:é poesia. Fiquei surpresa, para mim fora um jeito de menina chorar e rir sossegada, protegida da própria timidez. Aliás, por ser tímida, sempre gostei das rezas na Igreja do Bom Jesus. Portanto, o que chamavam de poesia também era oração. Ainda é. Rezam os poetas, as rimas são detalhes!
 

Psicologia na Universidade Federal do Paraná, tenho orgulho disso, foi por escolha. Aprendi que poesia também é cura... Continua sendo uma oração, um pedido por todos, para todos. É o pão nosso, é o despertar da alma humana. Me rendo a voz do universo: Deus é poesia!
 

Publiquei um livro em 1999: Dança das Emoções - Ed. Ribeiro de Campos. Outro está sendo preparado para setembro/2004. Renascer, eis meu destino!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rubens, Julgamento de Paris

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Quantos podem entender?



Quantos podem entender?
A quem posso dedicar sensações de intenso ardor?
Prostituta para os olhos de muitos.
Assim quedou minha alma ao inferno e de lá subtraiu
Admiração e amor...
Amor vindo dos subterrâneos!
Como pôde a pureza surgir de tal lugar?


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Michelangelo, 1475-1564, Teto da Capela Sistina, detalhe

 

Cristiane França


 

Horinha cor de rosa


Horinha cor de rosa.
Mulherzinha toda prosa.
Tempinho bom para recomeçar!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Em teus braços


Em teus braços,
Quantas vezes...
Me perdi e me encontrei!
Em teus olhos,
Quantas vezes...
Me entristeci e me esperancei!
Em tua cama,
Quantas vezes,
Me despedacei e me alegrei!
Meu espírito! Teu espírito!
Minha boca! Tua boca!
Meu gozo! Teu gozo!
Impossível esquecer!


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Reflexion, detail

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Já vistes uma cigana girar?


Já vistes uma cigana girar?
Da saia vermelha intensa,
Que faz latejar o coração de quem a observa,
Surgem risos, lágrimas, alegria, dor, prazer e medo.
Já vistes uma cigana girar?
Dos pés batendo forte na terra,
Que espantam o mal,
Aflora o amor.
Já vistes uma cigana girar?
Ela sorri para o mundo quando gira,
Nas mãos as palmas te aplaudem e convidam,
Quer que baile com ela!
Vá! Permita-se a entrar neste universo.
Não temas, ela é quem faz arder a fogueira que
Ilumina a noite aquecendo a todos a quem
convida a girar.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Thomas Colle,  The Return, 1837

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

O que sabes sobre mim?


O que sabes sobre mim?
Tudo e nada!
Quando defronto-me em teu azul,
Sabes tudo!
Quando me cubro de meu véu,
Nada compreendes.
Mansamente me acolho em teu ser
Para depois me distanciar.
É necessário sobreviver a isto que sinto
Quando estou impregnada de ti.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

O que temes?


O que temes?
A mim em ti?
Ou o que sentes quando tocado pelo amor?
Não sou eu quem provoca teu medo!
Liberta-se para ser de novo merecedor do que tanto buscas...
Um dia viu a morte e acreditou
que nela habitava o sentido da tua dor.
Neste instante em que olhas a vida não percebes a contradição?
Não é a morte, não é a vida, muito menos a dor...
Sofres ainda porque negas o amor!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Tentação de São Tomé, detalhe

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Um brilho tênue


Um brilho tênue...
Sem desesperos...
Sem atropelos...
Somente se põe em mim.
Ressurge forte ao amanhecer
Porque ternamente se pôs
Permitindo o anoitecer.
Temores das sombras não
calam tão fortemente no
Espírito... Pois,
os olhos já conheceram o sol!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

Cristiane França


 

Daquele canto


Daquele canto,
Sairam, enfim, os encantos.
Do olhar,
Cessou o pranto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ingres, 1780-1867, La Grande Odalisque

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Volte-se para Arthur e sinta do que é feita!



Volte-se para Arthur e sinta do que é feita!
Quando olhar a lua e se vir refletida na intensidade...
Chore! Pois saberá do que é feita!
Irá parir entre dores a sua alma!
Carregará em seu recipiente o rubro do amor.
Pensará que nada lhe causará mal envolvida em seu manto de santidade...
Iluda-se o quanto desejar!
Tenha um filho, dois... Em uma fração de segundo eles lhe mostrarão do que é feita.
Quando der o seio e alimentar sua prole saberá do que é feita!
Quando as rugas lhe cobrirem o rosto, as fadas brotarão de seus olhos e terá conhecimento do que é feita.
Não lamente nada! Porque é disto que é feita...
Do pelo branco do grande urso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Cristiane França


 

Ladeando o desequilíbrio e a normalidade


Ladeando o desequilíbrio e a normalidade.
Não sou feita de nenhum destes mundos.
Não é a loucura, não é a adaptação que me inscrevem.
Meu ser é a improbabilidade, a indefinição.
É sentido da intuição mais pura.
É a vida levando a si.
A alma sem o corpo.
A paixão sem a razão.
O amor pelo amor.
Se me fez de tal forma,
Sustenta-me ou salva-me!
És ou não o Deus da misericórdia?

 

 

 

 

 

 

22/07/2005