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Virgílio Maia 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Morte de César, detalhe

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Poesia:


Fortuna crítica:

 

Virgílio Maia [2003], 

foto de Antônio Carlos de Martins Mello

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

 

 

 

William Blake (British, 1757-1827), Christ in the Sepulchre, Guarded by Angels

 

William Blake (British, 1757-1827), The Ancient of Days

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

Virgílio Maia


 

Fotos
 

Deste antigo retrato, com firmeza,

meu avô me interroga bem de perto,

com aquela usual branda aspereza

que, criança, me punha em desconcerto.

 

(Na lapela, uma flor, que ele por certo

deixou emurchecida sobre a mesa

e do alto colarinho o branco aperto

incomodava-o um pouco, com certeza).

 

Tendo ao lado meu pai, que é filho seu,

certamente renovam velhos planos

de terra e gado, açudes e destino.

 

No fervor de seus vinte e tantos anos,

miram-me assim, mais novos do que eu:

assim mesmo, para eles sou menino.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Portrait of Mme. Rimsky-Korsakova, detail

Virgílio Maia


 

Romance II
 

 

Sai fatal e rastejante

por suas trilhas de ofidio

vai rastejante e fatal

pois matar é seu oficio

malícias que foram herdadas

das maçãs do paraíso

terrível maracabóia

relampo de muitos guizos

com sibilante veneno

e cores de sacrifício

rumores de folhas secas

eis o seu reino de exílio

remoto mundo sem luz

onde só brilha o seu brilho

silêncio de pôr-do-sol

percorrem o caminho esguio

sua língua de forquilha

é baú de ódio escondido

nas feias fendas dos olhos

um ímã mortal psíquico

crava em cada coração

cruciantes calafrios

nos olhos de cada cobra

dali quem mira é o maligno

   

 

Jomard Muniz

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Napoleão Maia Filho