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Francisco Carvalho

Jacques-Louis David (França, 1748-1825), A morte de Sócrates

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Alguma notícia do autor:

 

 

Ticiano, O amor sagrafo e o profano, detalhe

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Francisco Carvalho



Bio-Bibliografia

Francisco Carvalho foi um escritor e poeta brasileiro. Sua obra ganhou notoriedade em âmbito nacional quando seu livro Quadrante Solar recebeu o Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira na categoria poesia em 1982. Além disso, seus poemas receberam reconhecimento da crítica nacional, sendo comentados por intelectuais como Almeida Fischer.


Obras publicadas

  • Cristal da memória (1955)
  • Canção Atrás da Esfinge (1956)
  • Do Girassol e da Nuvem (1960)
  • O Tempo e os Amantes (1966)
  • Dimensão das Coisas (1967)
  • Memorial de Orfeu (1969)
  • Os Mortos Azuis (1971)
  • Pastoral dos Dias Maduros (1977)
  • As Verdes Léguas (1979)
  • Rosa dos Eventos (1982)
  • Quadrante Solar (1982)
  • As Visões do Corpo (1984)
  • Barca dos Sentidos (1989)
  • Rosa Geométrica (1990)
  • Exercícios de Literatura (1990)
  • O Tecedor e sua Trama (1992)
  • Crônica das Raízes (1992)
  • Flauta de Barro (1993)
  • Galope de Pégaso (1994)
  • Sonata dos Punhais (1994)
  • Artefatos de Areia (1995)
  • Textos e Contextos (1995)
  • Rosa dos Minutos (1996)
  • Raízes da Voz (1996)
  • Os Exílios do Homem (1997)
  • Girassóis de Barro (1997)
  • Romance da Nuvem Pássaro (1998)
  • A Concha e o Rumor (2000)
  • O Silêncio é uma Figura Geométrica (2002)
  • Centauros Urbanos (2003)
  • Memórias do Espantalho (2004)
  • Corvos de Alumínio (2007)
  • Mortos Não Jogam Xadrez (2008)

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

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Ricardo Alfaya

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), Girl, detail

Francisco Carvalho



Pastor de cabras


Fui pastor de cabras
e de rios secos
rezei pelas vacas que morreram de sede
e os bezerros que ficaram
órfãos e foram alimentados com
o leite dos pássaros.

Rezei pelas vértebras da paisagem
pelo sangue das pedras
pelas árvores e seus esqueletos
de faraós, pelas portas
fechadas das casas onde a lua
dialoga com os mortos.

Rezei em memória do vento
que à noite pastoreia
as lavouras soterradas de meu pai.

Rezei pelos seios da terra
pelo aniquilamento dos pássaros
pela volta da chuva
e a diáspora das borboletas.
Rezei pelos náufragos do amor
do tempo e da eternidade.

Rezei pelos espantalhos de braços abertos
rezei pelos afogados daquele rio
que não seca nunca.


 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Slave market

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Barros Pinho

 

 

 

 

 

d

William Bouguereau (French, 1825-1905), A Classical Beauty

Francisco Carvalho


 

Tangedor de camelos


Árabe, tangedor de camelos
íntimo do deserto
e das areias
tocava lentamente as caravanas
guiado pelo odor da água
a setenta léguas
de algum oásis sonhado
pelos beduínos
e também pelo cheiro de sândalo
dos seios das dançarinas
ao luar dos gumes das adagas.


 

 

Inocência, foto de Marcus Prado

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Lilian Mail

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

Francisco Carvalho



Babuínos


Não passamos
de frágeis babuínos
extraviados na selva da vida.
A cauda dos antepassados
ainda acaricia
a arrogância de alguns cretinos
que se vestem a rigor
para os funerais dos nordestinos.

Ungimos nossos corpos
com essências e perfumes finos
mas nada esconde o odor
atávico que herdamos
dos babuínos.

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

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Roberto Pires

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

Francisco Carvalho



Ciência


Dizem que a ciência é exata
tão exata que às vezes
o tiro sai pela culatra.

Dizem que a ciência
de tão exata
não ata nem desata.

Dizem que está ficando chata
e quando não mata
desidrata.


 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), João Batista

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Ivo Barroso, 2003

 

 

 

 

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