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Um esboço de Da Vinci

 

 

Soares Feitosa

Jornal de Poesia

 

Salomão

 

Ao Menino

 

 

 

O Coro das Ninfas:

—— Que remédio deste aos humanos contra o desespero?


Prometeu:

—— Dei-lhes uma esperança infinita no Futuro

 [Ésquilo, in Prometeu Acorrentado]

 

 

O tempo presente e o tempo passado
estão ambos talvez presentes no tempo futuro
e o tempo futuro contido no tempo passado.
Se todo o tempo é eternamente presente
todo tempo é irredimível
[T. S. Eliot, in Quatro Quartetos - I]

 

 

'Stamos em pleno mar...  Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...


Astros! noites! tempestades!

Rolai das imensidades!

Varrei os mares, tufão!

[Antônio Frederico]

 

[...]

porque o presente é todo 
o passado e todo o futuro
e há Platão e Virgíllo dentro das máquinas 
e das luzes 
eléctricas 
só porque houve outrora e foram 
humanos Virgílio e Platão, 
e pedaços do Alexandre Magno 
do século talvez cinqüenta,
átomos que hão-de ir ter febre 
para o cérebro do Ésquilo do século cem...

[Antônio Fernando]



O Poema, Salomão: 

 1º Movimento

Dos séculos

 2º Movimento

Os cantares de pulso

 3º Movimento

Em língua teuta

 4º Movimento

O estupro das águas

 5º Movimento

Ode

 6º Movimento

Dos séculos

 7º Movimento

Os vaqueiros

 8º Movimento

Os negros

 9º Movimento

O Menino

 10º Movimento

A noite alvaçã

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os arquivos acima estão em Adobe.pdf, zipados. Outros estão em Word.doc, também zipados. Basta clicar em cima, salvar e abrir bem na calma. Em tamanho bom para ler na tela  ou imprimir. Há erros certamente, pois ainda não se fez a obrigatória revisão profissional. As sugestões são bem-vindas!

Em Salomão, os personagens do poema saltam de dentro do poema e contam a respectiva história. Inicialmente, o senhor Capitão, um negro, comprado ainda bem jovem ao tempo da escravidão comercial, nos inícios da Cidade da Bahia, por um Coronel negreiro. 

O Capitão se encerregará do tráfico atlântico do Coronel, mas ressurgirá, ao longo dos séculos, como o "faz-tudo" do poderoso do dia — Gregórios Fortunatos, Zé-Dirceus, Valdomiros, Moreiras Césares, Fleurys, etc, etc, que a lista é praticamente infinita. Será o primeiro Relato, O Relato do Capitão. 

Em seguida, será a vez do senhor Djalma, um prisioneiro do Carandiru, que, fato real, pede um livro em doação ao poeta Luís Antonio Cajazeira Ramos. Sobre esse livro, funda-se uma Biblioteca que será "inaugurada" para o mundo na noite do Menino (Castro Alves?), no Século Cem, de Ésquilo, vide estrofe inicial da Ode Triunfal, de Fernando Pessoa, a última epígrafe, acima. Djalma fará o relato da reunião da Biblioteca. Sábios, profetas, cantadores sertanejos, filósofos de larga estirpe, santos, facínoras, loucos, cegos e aleijados; em suma, o gênero humano, em sua plenitude, de pior e melhor, presente aos festejos da Biblioteca. Será O Relato do Bibliotecário.

Em terceiro, o senhor Coronel, o poderoso do dia que, naqueles tempos, compra o escravo jovem e o faz Capitão. O Coronel de então se transmuda, sem interrupções temporais, nos Fernanand'Hnriques, Lulas, Trummans, Stalins, Malufes, Sharons, Pol-Pots, Sarneys, Hitleres, Bushs, ACMs, Florianos Peixotos, Sadhans et allii. Sim, outra lista, infinita, quase. Será O Relato do Coronel. E uma pergunta terrível a rondar todo o livro: «Qual o deus mais terrível?»

Dias depois de encerrada a reunião da Biblioteca, Djalma, o Biblitecário, encontra um caderno de anotações, anônimo, talvez apócrifo, que será o Relato ao Enigma. O livro, iniciado com um poema longo, permeia-se em prosa e se encerra com um poema curto. 

O gênero da obra? A tentativa de uma viagem "sertão-mar" e "mar-sertão", e a tensão permanente entre a angústia e a esperança: Só a Arte, senhor Biliotecário Djalma! Só a Arte!


 

Dos Relatos:

I - O Relato do Capitão

 

II - O Relato do Bibliotecário:

  1. Da fundação da biblioteca [vá clicando no final de cada capítulo que já tem um bocado de coisa no ar]

  2.     

III - O Relato do Coronel

 

IV - O Relato ao Labirinto

 


 

Ao modo de um quase prefácio, 

talvez orelhas

SF:

Salomão, seu livro fundador, é um poema apocalíptico. E os seus desdobramentos, seja nos primeiros dez movimentos do poema propriamente dito (que belos títulos você deu a esses movimentos), seja nos relatos (Capitão, Bibliotecário, Coronel), nas indispensáveis notas da viagem ou no retorno obrigatório aos dez movimentos — repito, os seus desdobramentos dão a medida de sua grandeza. 

Como sempre, desde Psi, a penúltima, você é você inteiro no poema. O protesto é a espinha dorsal mas o que move tudo é "a canção do amor", é o poeta transido diante do mistério do seu canto, canto de guerra e paz, de travessia, como diria Guimarães Rosa. É apocalíptico  sim, é bíblico e é borgiano, cervantino, é nordestino, é telúrico. Me tocou muito o relato do Bibliotecário, estranho relato, estranhamente belo esse relato, com a peleja do cego Aderaldo, que conheci lá em Fortaleza por sua própria voz, poeta. 

Feitosa, eu te saúdo! 
                                                          André Seffrin

  

Tiziano, O sagradoe o profano

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Tiziano, O sagrado e o profano

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