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Antonio Carlos Secchin

Poussin, The Triumph of Neptune

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


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Culpa Michelangelo, Pietá

 

 

 

 

 

Poussin, The Exposition of Moses

 

Antonio Carlos Secchin



Resumo Curricular


I) Identificação

  • Nome: Antonio Carlos Secchin

II) Formação profissional

  • Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1982

III) Experiência profissional

  • Professor de literatura brasileira das Universidades de Bordeaux, (1975/1979), Roma (1985), Rennes (1991), Mérida (1999) e da Faculdade de Letras da UFRJ, onde foi aprovado (1993), por unanimidade, com nota máxima, em concurso público para professor titular. Orientou 13 dissertações de mestrado, 8 de doutorado e 2 pesquisas de pós-doutorado. Editor da revista Poesia sempre, da Fundação Biblioteca Nacional, 1996/1999

IV) Conferências, palestras, mesas-redondas e comunicações

  • Total de 197, em 15 estados brasileiros e nos seguintes países: Argentina, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, México, Portugal e Venezuela

V) Editorias e conselhos científicos e editoriais

  • Membro de 28 editorias ou conselhos, no Brasil e no exterior, sobretudo de periódicos de investigação literária

VI) Prêmios literários

  • Total de 15 prêmios nacionais, destacando-se: 1o lugar, categoria “ensaio”, do Instituto Nacional do Livro, 1983, e prêmio Sílvio Romero, da Academia Brasileira de Letras, 1985, ambos para João Cabral: a poesia do menos; prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional, 2002, prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras, 2003, e prêmio nacional do PEN Clube do Brasil, 2003, atribuídos a Todos os ventos como melhor livro de poesia

VII) Distinções

  • Membro titular de P.E.N. Clube do Brasil, eleito em 1995

  • Medalha Cruz e Sousa, do Governo de Santa Catarina, 1998

  • Medalha João Ribeiro, da União Brasileira de Escritores, 1999

  • Medalha Carlos Drummond de Andrade, da União Brasileira de Escritores, 2002

  • Membro da Academia Brasileira de Letras, eleito para a Cadeira 19 em 03 de junho de 2004.

VIII) Bibliografia:

Artigos, ensaios, resenhas, prefácios, crônicas, contos e poemas esparsos:

  • Total de 259 publicações, em livros e nos principais periódicos do país (O Globo, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo) e do exterior (Colóquio Letras, IberoRomania)

Livros:

  • Total de 28, a seguir especificados, entre autoria individual (13), organização (11) e participação em antologias (4)

A) Crítica e ensaio

Organização de edições

  • Os melhores poemas de João Cabral de Melo Neto. São Paulo: Global, 1985. 227 p. 9a ed. 2003. Organização, seleção, introdução e notas

  • Primeiros poemas de João Cabral de Melo Neto. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ, 1990. 46 p. Organização e introdução

  • Obra poética de Júlio Salusse. Rio de Janeiro: Anais da Biblioteca Nacional, vol. 113, 1993. p. 149-188. Organização, introdução e estabelecimento de texto

  • A problemática social na literatura brasileira. Tübingen: Max Niemeyer Verlag, 1993. 164 p. Organização e introdução

  • Agenda permanente da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 1993. Consultoria

  • Antologia da poesia brasileira (edição bilíngüe). Pequim: Embaixada do Brasil, 1994. 208 p. Organização, seleção, introdução e notas

  • Antologia poética de Castro Alves. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1997. 159 p. Organização, seleção e introdução

  • Machado de Assis – uma revisão. Rio de Janeiro: In Folio, 1998. 240 p. Organização (com José Maurício Gomes de Almeida e Ronaldes de Melo e Souza) e ensaio

  • Poesia completa de Cecília Meireles (edição do centenário). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 2 vols, 1993 p. Organização, introdução e estabelecimento de texto

  • Piedra fundamental – poesía y prosa de João Cabral de Melo Neto. Venezuela: Biblioteca Ayacucho, 2002. 436 p. Seleção e posfácio

  • Poesia reunida de Mário Pederneiras. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, no prelo. Organização, introdução, estabelecimento de texto, elaboração de glossário e levantamento bibliográfico

Autoria individual

  • João Cabral: a poesia do menos. São Paulo: Duas Cidades, 1987. 307 p. 2a ed. rev. ampliada: TOPBOOKS, 1999

  • Poesia e desordem. Rio de Janeiro: TOPBOOKS, 1996. 206 p

  • Cruz e Sousa, o desterro do corpo. Florianópolis: Assembléia Legislativa, 1998. 21 p

  • Um mar à margem: o motivo marinho na poesia brasileira do romantismo. Florianópolis: Museu/Arquivo da Poesia Manuscrita, 2000. 38 p

  • Escritos sobre poesia & alguma ficção. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2003. 301 p

B) Poesia

Participação em antologias

  • 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Labor, 1976. p. 101-105. 2a ed. 1998, Aeroplano

  • A poesia fluminense no século XX. Rio de Janeiro: FBN/Imago; Mogi das Cruzes:UMC, 1998. p. 252-255

  • 41 poetas do Rio. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1998. p. 103-114

  • 100 anos de poesia. Rio de Janeiro: O Verso Edições, 2001. vol.II, p. 194-195

Autoria individual

  • A ilha. Rio de Janeiro: edição do autor, 1971 (plaquete fora do comércio)

  • Ária de estação. Rio de Janeiro: São José, 1973. 69 p

  • Elementos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983. 78 p

  • Diga-se de passagem. Rio de Janeiro: Ladrões do Fogo, 1988. 8 p

  • Poema para 2002. Rio de Janeiro: Cacto Arte e Ciência, 2002 (livro-objeto fora do comércio, tiragem de 50 exemplares)

  • Todos os ventos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. 156 p

C) Ficção

  • Movimento (novela). Rio de Janeiro: Faculdade de Letras da UFRJ, 1975. 58 p

D) Divulgação cultural

  • Guia dos sebos. 4a ed. rev. e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/SABIN/FBN, 2003. 168 p

 

Poussin, The Exposition of Moses

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Venus Presenting  Arms to Aeneas

 

Antonio Carlos Secchin


 

Sobre Cruz e Sousa

Cisne


Vagueia, ondula, indomado e belo,
um cisne insone em solitário canto.
Revolve à margem a plumagem negra,
em meio a um bando de pombas atônitas.

Encontra um outro, de alvacentas plumas,
um ser sagrado no monte Parnaso,
e enquanto o branco vai vencendo a bruma
ele naufraga, bêbado de espaço.

Em vão indaga, o olhar emparedado
na vertigem da luz que o sol encerra:
"Se em torno tudo é treva, tudo é nada,

como sonhar azul em outra esfera?"
Negro cisne sangrando em frente a um poço.
Do alto, um Deus cruel cospe em seu rosto.
 

 

Poussin, Venus Presenting  Arms to Aeneas

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Sobre Álvares de Azevedo

É ele !

No Catumbi, montado a cavalo,
lá vai o antigo poeta
visitar o namorado.
Não leva flores, que rapazes
nem sempre gostam de tais mimos.
Leva canções de amor e medo.
Cachoeiras de metáforas,
oceano de anáforas, virgens a quilo.
Ao sair, deixa de lembrança
ao sono cego do parceiro
dois poemas, um cachimbo e um estilo.
 

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Empire of Flora

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Ver


O dia. Arcos da manhã
em nuvem. Riscos de luz
como vidros arriados.

O claro. A praia armada
entre a sintaxe do verde.

Áreas do ar. Aves
navegando as lajes
do azul.
 

 

Poussin, The Empire of Flora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Acis and Galatea

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Tempo: saída & entrada


No tempo de minha avó,
meu feijão era mais sério.
Havia um ou dois óculos
me espiando atrás
de molduras roídas.
Mas eu era feliz,
dentro da criança
o outono dançava
enquanto pulgas vadias
dividiam os óculos.

Dentro da criança,
as pulgas espiavam
o outono vazio,
dividiam minhas molduras
roídas por óculos vadios.
No tempo de meu feijão
minha avó era mais séria.
 

 

Poussin, Acis and Galatea

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Nurture of Bacchus

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Biografia


O poema vai nascendo
num passo que desafia:
numa hora eu já o levo,
outra vez ele me guia.

O poema vai nascendo,
mas seu corpo é prematuro,
letra lenta que incendeia
com a carícia de um murro.

O poema vai nascendo
sem mão ou mãe que o sustente,
e perverso me contradiz
insuportavelmente.

Jorro que engole e segura
o pedaço duro do grito,
o poema vai nascendo,
pombo de pluma e granito.
 

 

Poussin, The Nurture of Bacchus

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Confessionário


Não posso dar-me em espetáculo.
A platéia toda fugiria
antes mesmo do segundo ato.
Um ator perplexo misturaria
versos, versões e fatos.
E um crítico, maldizendo a sua sina,
rosnaria feroz
contra minha verve
sibilina.
 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Sagitário


Evite excessos na quarta-feira,
modere a voz, a gula, a ira.
Saturno conjugado a Vênus
abre portas de entrada
e armadilhas de saída.
Evite apostar em si, mas, se quiser,
jogue a ficha em número
próximo do zero. Evite acordar
o incêndio implícito de cada fósforo.
E quando nada mais tiver a evitar
evite todos os horóscopos.
 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Sete anos de pastor


Penetro Lia, mas Raquel é quem me move,
e faz meu corpo desatar toda alegria.
Se tenho Lia, minha pele não navega
nada além de nada em névoa fria.

Sete anos galopando em Lia e tédio,
sete anos condenado ao gozo escuro.
Raquel me tenta, e se me beija Lia
minha boca é não, e minha mão é muro.

Labão, o puto, perdoai-me nesse instante,
adoro a dor que doer em minha amante.
Vou cravar-lhe um punhal exausto e certo,

doar seu sangue ao livro e à ventania.
Quieta Lia será terra em que os cavalos
vão pastar, sob a serra e o deus do dia.

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Antonio Carlos Secchin


 

Estudos & Catálogos - Mãos, de Soares Feitosa



Caro Soares Feitosa:
Antônio Carlos Secchin
obrigado pelos textos de Mãos, em especial seu belo prefácio, com direito ao "retrato do artista quando jovem"! Parabéns! Você, de fato, pôs "mãos à obra", e Virgílio deve ter ficado muito contente.

Um grande abraço e os votos de um feliz 2004 do

Secchin.
 


Leia Estudos & Catálogos - Mãos, de Soares Feitosa

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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(28.04.2023)