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José Inácio Vieira de Melo

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

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Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Plaza de toros

 

 

 

 

 

José Inácio Vieira de Melo



Bio-bibliografia


José Inácio Vieira de Melo, nasceu no povoado de Olhos d'Água do Pai Mané ou simplesmente Pai Mané, município de Dois Riachos, Alagoas, em 16 de abril de 1968. Filho de Inácia Rodrigues de Santana e de Aluízio Vieira de Melo, viveu em Alagoas até o ano de 1988, entre as cidades de Palmeira dos Índios, Arapiraca e Maceió. Em 1988 mudou-se para o estado da Bahia. Morou uma década na fazenda Cerca de Pedra e na cidade de Maracás; oitos anos em Salvador, onde fez jornalismo, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e desde 2006 divide seu tempo entre a cidade de Jequié e a fazenda Pedra Só, município de Iramaia. Tem poemas traduzidos para os seguintes idiomas: alemão, árabe, espanhol, francês, italiano, inglês e finlandês. Ganhou os prêmios Iararana (2001/2002), Capital (2005) e Quem (2015).

Publicou os livros Códigos do silêncio (Salvador: Letras da Bahia, 2000), Decifração de abismo (Salvador: Aboiador livre Edições, 2002), A terceira romaria (Salvador: Aboio livre edições, 2005), A infância do Centauro (São Paulo: Escrituras Editoras, 2007), Roseiral (São Paulo: Escrituras Editora, 2010), Pedra Só (São Paulo: Escritura Editoras, 2012 e as antologias 50 poemas escolhidos pelo autor (Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2011) e O galope de Ulisses (São Paulo: Editora Patuá, 2014), esta última organizada pelo poeta Igor Fagundes, que defendeu tese de doutorado sobre a poesia de José Inácio Vieira de Melo, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Participa das antologias Pórtico antologia poética I (Salvador: Pórtico Edições, 2003), Sete cantares de amigos (Salvador: Edições Artpoador 2003) e roteiro da poesia brasileira - 2000 anos (São Paulo: Global, 2009). No exterior, participa das antologias Voix Croisés: Brésil-France (Marselhas: Autre Sud, 2006), Impressioni d'Italia - Piccola antologia di poesua in portoghese con traduzione a fonte (Napoli: U.N.O., 2011), En la ptra orilla del silencio - antologia de poetas brasileños contemporáneos (Cidade do México: Unam/ Ediciones Libera, 2012), Traversée d'océans - Voix poétiques de Bretagne et de Bahia (Paris: Éditions Lanore, 2012), A arqueologia da palavra e a anatomia da língua (Maputo, 2013), Mini anthology of brasilian poetry (Placitas: Malpais Review, 2013) e Autores baianos: um panorama (Salvador: Funceb/P55, 2014).

Coordenador e curador de vários eventos literários, como o Porto da Poesia, na 7ª Bienal do Livro da Bahia (2005), a Praça de Poesia e Cordel, na 9ª, 10ª, 11ª Bienal do Livro da Bahia (2009, 2011, 2013), em Salvador, e o Cabaré Literário, na I Feira Literária Ler Amado, em Ilhéus (2012), assim como os projetos A voz do poeta (2001) e Poesia na Boca da Noite (2004 à 2007), ambos em Salvador, e Travessia das Palavras (2009 e 2010), em Jequié é curador do projeto Uma Palavra Sobre Versos, na cidade de Maracás, no Vale do Jequiriça. Tem sido convidado, com frequência, para participar de bienais do livro e de eventos literários por todo o país, como Fliporto.

Foi coeditor da revista de arte, crítica e literatura Iararana, de 2004 a 2008. Tem poesia publicadas no Rascunho.

(Texto redigido em 21.03.2023)

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Plaza de toros

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

José Inácio Vieira de Melo


 

 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

José Inácio Vieira de Melo


Joelhos & Mel 
 

Sent: Sat, 8 DE MAIO DE 2004 01:31

Subject: SOBRE JOELHOS & MEL

 

Ave Chico Soares, cantador das paragens gerardianas, filhote de patativas (Calheiro e Assaré).

Doce, doce o chá que acabo de beber. Uma mistura das boas: chapéu de couro, capim santo e alfazema, adoçado com o mel das europas da Cerca de Pedra, minha roça, caatinga do sudoeste baiano. Bebi o chá fumegante ao mesmo tempo em que lia a tua molequice com o maná.

Rapaz, não entendi quase nada, mas senti assim um aperto no coração, uma saudade medonha da minha infância, quando me lambuzava de mel e farinha, nas baixadas da Ribeira do Traipu, lá na nação Caeté, também chamada Alagoas – meu país.

Cabra véi, é isso mesmo, a tua fala de Zé Limeira tá toda certa, timtim por timtim, Mãe é mel, mais mãe, mais mel, mais Mãe, mais mel, e assim se funda o ritmo da harmonia. Não sei bem o que tô dizendo, mas tudo o que digo é culpa tua. Foi tua prosa que desembestou essas coisas em mim. Peraí, qu'eu vou lê “Joelhos e mel” de novo.

O teu mel é melaço de cana, isso malembra dos cochos cheios de melaço misturado com sal grosso pra vacaria lamber, mas não era só a vacaria que se deleitava, a meninada toda também se lambuza – e eu junto.

Tu, poeta de Salomão, esperavas tanto pelo dia de poder provar o cobiçado angu, mas, como no Eclesiastes, tudo tem seu tempo, e tu esperavas e esperavas. E tu eras menino, chiqueirando carneiros,  menino bola de gude, os banhos de açude, os imbus inchados e o conseqüente travar dos dentes. Tanta espera.

Chegada a hora do angu de mel e farinha, da sobremesa desejada, a inocência já não era mais, e toda aquela doçura aparece pintada de amargo, e a terra já não parece ter a firmeza dos primeiros anos azuis do menino do Sertão, do menino dono do horizonte...

Sabe, Francisco Siarah, só bebendo mais um caneco de chá...

José Inácio Vieira de Melo  


 


 

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Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

José Inácio Vieira de Melo


 

Centauro Escarlate


O teu centauro te espera,
monta em seu dorso
e vê o mundo pelos olhos da esfinge:
és o enigma, não o decifrador.

A gente se enche de calo,
a gente pensa que sabe,
a gente se desespera até,
mas não abre mão de estar aqui.

O teu centauro te espera
e o mundo é tudo o que a gente percebe:
é só sair por aí descobrindo
o que nunca vai ser teu.

E quando for noite alta
e os acordes de uma aquarela
luzirem dentro de teu espírito,
deixa o centauro que habita em ti
galopar, galopar, galopar
e transcender a ti e as tuas explicações.

Há de existir um lugar
onde os teus mistérios possam descansar.


 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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(20.06.2023)