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            Roberto Pontes 
   Quando tua pele
 
 Quando tua pele de pêssego e veludo
 entre tantos e lânguidos abraços
 faz vibrar seus acordes de campina,
 os pássaros estacam em seus vôos,
 as folhas do limão se reverdecem,
 as gotas se evaporam no espaço.
 Suponho que no mapa dos amores
 sempre que os nossos encontros acontecem
 um novo marco acresce o número de beijos.
 Sempre que o amor nos une no mistério
 as horas são extrínsecas ao tempo,
 não há manhã, nem tarde ou noite,
 porque ignoramos ampulhetas e relógios.
 Quando amamos feito dois duendes
 o nosso amanhã é tão indiferente,
 o que passou parece tão distante,
 e o nosso agora tão definitivo
 que faz lembrar nossa primeira lua.
 
 
 ( In: jornal Folha da Manhã. Teresina-PI, 1983 )
 
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