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            Cyro de Mattos 
   Ladainha materna
 
 Penas arrancaram,
 nenhum canto de mágoa se ouviu,
 em teu pássaro puseram gaiola,
 fincaram adaga de magia negra,
 lucente altar cálice ergueu
 em holocausto de carneiro.
 De tua saída, não regresso,
 restou corpo emurchechido,
 haste implume, gesto sereno
 reaceso em vôo silente
 no outro verso do vento.
 Contudo ave continuei vendo-a,
 migração de canto martírio,
 espelho de fado em mim mesmo.
 
 
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