Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Stela Fonseca 

Poussin, Rebecca at the Well

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Alguma notícia da autora:

Henry J. Hudson, Neaera Reading a Letter From Catallus

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Cleópatra ante César

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Stela Fonseca - stela@svn.com.br

 

Feitosa  

Chegou de mansinho na manhã. Trouxe o sol. Lembrei-me então de, quantas vezes o procurei olhando pelas frestas da janela da sua casa. Das tantas em que, decidida, entrava para viver novas descobertas em antigas arquiteturas, com o mesmo encantamento da primeria vez. Do quanto, os quatro cantos vasculhei a procura de sinais, de algum sinal dele. Mas... foi tanto o tempo que, de cansaço, restou-me o esperar. Olho-o agora, encantada, e vou descobrindo-o devagar, sorvendo-o, enquanto deixo cobrir-me de alegria e prazer. Elegância maior no trato com as palavras, palavra, nunca vi! De declaração que dá crédito a quem a declara, e de amor explícito assim, afirmo: nunca, nunca vi. Tocada, toquei-o. E, na solidez da forma, a maciez de mergulho em águas límpidas, águas claras. Naveguei!... De tudo, assim, neste "Nunca direi que te amo", eu digo: pena que ele não diga "eu-te-amo" para mim.

Beijos, meu amigo poeta, todos!

 

Stela

 

 

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 


Poesia Apressada



No sinal
vermelho

olhares se cruzam
a poesia se faz.

Súbito

a buzina é verde
e a poesia se vai.

 

 

 

Um esboço de Da Vinci

Início desta página

Virgílio Maia

 

 

 

 

 

Caravagio, Tentação de São Tomé, detalhe

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Dia Internacional da Mulher


Homem! Neste dia por ti inventado,
eu Mulher
te dou de presente, a verdade:
a minha íntima e essencial verdade.
Quando tomá-la nos braços, abrace-a,
coloque-a no coração com carinho e atento afeto
e a deixe crescer, porque frondosa árvore,
vai preencher o vazio que ronda teu Universo;
construído das mentiras que te impuseram
e nas quais tu, por omissão e medo,
te perdes perplexo, um pouco e mais, a cada dia.

Homem!
Terminou a punição que te impingiram os Deuses.
Devolvo-te a Mulher que de ti foi arrancada.
Não tenhas mais medo; eis-me aqui:
sou o teu complemento tua companheira,
amiga, amante, parceira.
Deixa-te ficar em meus braços!
Chega de fingir, chega de fugir!
Te dou agora, o mistério
a minha íntima e essencial verdade:
ouça, homem... tudo,

tudo o que esta mulher sonha e quer
é te resgatar do labirinto em que habitas
matar o teu Minoutauro
e contigo, para sempre,
em crescente amor e prazer ficar.
 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Yeda

Início desta página

Marco Lucchesi

 

 

 

 

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), Girl, detail

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Romance


Na manhã que cintila
    flor orvalhada
             espera beija-flor

 


 

 

Soares Feitosa, dez anos

Início desta página

Daniel Mazza

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Saudade


Presença
  vis
    ce
      ral

 

 

Hélio Rola

Início desta página

José Geraldo Neres

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Leve Poesia


Existe um poema
preso na palavra
que não tem medo
de se fazer piegas.
Desculpe Fernando:
ridículas são as palavras
de não amor.

E o verso inquieto
não sossega.....
"eu sei que vou te amar"

"There's a place for us..
there's a time for us.."
Vou ouvir Renato Russo
E Leonardo Bernstein.

 

 

Herbert Draper (British, 1864-1920), A water baby

Início desta página

Cláudio Portella

 

 

 

 

 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Apelo


Derrame-se sobre mim
o brilho desta manhã
de esperança azul.

A noite foi só
ausência de luar.

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Portrait of Mme. Rimsky-Korsakova. 1864.

Início desta página

Ruy Camara

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Como Num Bolero


Mãos dadas
pés descalços
areia do mar.
Olho no olho
dizer eu te amo
ver você se arrepiar.

Em voz alta ,
entre beijos e afagos,
novos poemas criar.

Ver o pôr-do-sol
beijar na boca
rolar na areia, no mar.

Dançar blues,
beber champagne
e entre beijos, brindar.

Noite: abraços, luar,
brisa marinha
nós dois a amar.

Por que precisamos
de tragédias Shakespeare?

 

 

Michelangelo, Pietá

Início desta página

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Para Leila Míccolis


Sua poesia,
corte profundo
— NOS VALORES
VENCIDOS
SEM VALOR —
em busca da difícil
comunhão
entre corpo e alma
permanência e
transcendência.
O vermelho vivo
que do seu canto
aos borbotões e
em amor jorra,
não é sangue:
são
l l
á á
g g
r r
i i
m m
a a
S,

 

 

Um cronômetro para piscinas

Início desta página

Carlos Gildermar Pontes

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Consummatum est Jerusalem

 

 

 

 

 

Stela Fonseca


 

Despedida


Partir:
para que você chegue.
Partir:
para não viver sem ti.



 

 

Leonardo da Vinci, Embrião

Início desta página

Alceu Brito Correa

 

 

 

 

Muito mais de não sei quantos mil poetas,

contistas e críticos de literatura.

Clique na 1ª letra do prenome:

 

A

B

C

 

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

W

 

X

Y

Z

 

 

WebDesign Soares Feitosa

Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta

 

 

SB 01.02.2023