Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Mirna Pinsky

Michelangelo, 1475-1564, Teto da Capela Sistina, detalhe

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Contos:


Alguma notícia da autora:

 

Micheliny Verunschk

 

Bernini_Bacchanal_A_Faun_Teased_by_Children

 

Da Vinci, Cabeça de mulher, estudo

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

Bio-bibliografia


Mirna Pinsky é uma escritora, poeta e dramaturga brasileira. Boa parte de suas obras são dedicadas à literatura infantil.

De ascendência judaico-austríaca, formou-se em Jornalismo e mestreou teoria literária pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Mirna também trabalhou como repórter e redatora em jornais e revistas. Como escritora já publicou mais de quarenta livros, tendo vendido mais de três milhões de exemplares. Foi agraciada com vários prêmios, destacando-se dois "Jabutis" da Câmara Brasileira do Livro e Prêmio ABL Melhor Infanto-Juvenil 2013.

Em 2002 criou o projeto Escreva Comigo, destinado a estimular a aproximação do aluno de escolas públicas com livros, leitura e escrita. Levou o projeto de 2002 a 2003 em escolas estaduais; em 2005, 2006 e 2008 em escolas municipais da Coordenadoria do Butantã; e em 2009 em escolas da rede estadual, adotadas pela ONG Parceiros da Educação, num total aproximado de 220 visitas/6 mil alunos. Em 2015 o projeto, também voluntário, foi adaptado para a internet e é oferecido em seu site.

Em 2016, fez uma autopublicação, trabalhando em estreito contato com a ilustradora. O livro DANDO NÓ NA LÍNGUA destina-se a ajudar no processo de alfabetização, contando uma história com aliterações e rimas reforçando a apreensão dos sons por parte do leitor iniciante.

Obras

  • Zero zero alpiste - Editora Formato/Atual
  • Nó na garganta - Editora Atual
  • Ave em conserto – Editora Formato/Atual
  • Quebra-cabeça – Editora FTD
  • Tatu bolinha – Editora Miguilim
  • Sardenta - Editora Saraiva
  • Quando eu não consigo dormir - Companhia das Letrinhas (Antologia: O livro dos medos)
  • As muitas mães de Ariel e outras histórias - Editora Atual
  • Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante - Editora FTD
  • Um menino, sua amiga, um fichário e dois preás - Editora FTD
  • De cabeça baixa - Editora Atual
  • Tão longe, tão perto - Editora FTD
  • Dando Nó na Língua - Editora Labrador
  • Meu terrível dóberman marrom - Editora Atual
  • Davi acordou cinza - Editora Atual
  • O canguru emprestado - Editora Atual

 

(Texto redigido em 05.01.2023)

 

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

Singeleza


Ia me buscando
nas luzes que emprestei aos outros
sem atinar
por que deixei minha trilha na escuridão

E era tão simples
 

 

 

Bernini_Apollo_and_Daphne_detail

Início desta página

Virgílio Maia

 

 

 

 

 

Ingres, 1780-1867, La Grande Odalisque

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

Sem pressa


Noite descendo nos varais
O perfil das camisolas e dos lençóis
escurecendo sem pressa
A brisa espalha perfume de sabão novo
O cão geme de tristeza ancestral:
lua nova, saudades...saudades...

Vou destrancar a porta
 

 

 

William Blake (British, 1757-1827), The Ancient of Days

Início desta página

Antônio Massa

 

 

 

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

Pássaros


Um pássaro ferido

não desaprende de voar
                         voa baixo
                         voa a medo
                         voa em surdina
Até que se restaure a fé
nas próprias asas
Até conquistar a certeza
de que não são de pano
as asas do outro.


 

 

Soares Feitosa, dez anos

Início desta página

Napoleão Maia Filho

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

Gestos


É tépida a noite

e no entanto naufragam os gestos.

Queria tanto te despir dos temores
dos vagalhões conturbados
que não sei
não compreendo
não toco.

Tomar-te como rosa amarela
e ir te despetalando
nas ranhuras
nos silêncios
nos imensos espaços desertos de alegria
até roçar de leve
no segredo mais bem guardado.

Te sei tão pouco
 - ainda tateio tua enorme delicadeza
            ainda me espanta tua suave intuição
E fascina-me a facilidade
com que invades meus castelos
     (quero fugir, já não posso!)

Urge que percebas quão de vidro eu sou:
    transparente e frágil
       - antes quebraria a ter de te magoar.
Te imploro, não temas
É tépida a noite e a lua já anda alta:

Permita que te alcance
meu tímido gesto.


 

 

Michelangelo, Pietá

Início desta página

Cláudio Aguiar

 

 

 

 

 

Tintoretto, Criação dos animais

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

A menina e o cão


O cão fita baço

em sofrido silêncio
Nem o sabiá banhando-se
na tigela de água
desafia sua imobilidade.

A menina senta no degrau ao lado
  o sol esparramado no jardim
e estende a mão:
         terna, acaricia a cabeça reclinada.
Sofrem os dois
a inesperada doença dele.

Depois ela se retrai
e apenas fica:
   o rosto apoiado nas mãos
   os olhos nele.
Quem virá acudir
a aflição de ser muito menor
      que as intenções
quase tão frágil
quanto o desamparo dele?

Não lhe basta, é evidente,
confortá-lo em quietude:
então murmura-lhe carinhos
como se a voz pudesse mais
que o calor de sua presença.

Sob a saia rodada
descansam as pernas roliças
ela toda um só consolo:
estar imóvel assim
é sua declaração de amor. 
 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Admiration Maternelle

Início desta página

Batista de Lima

 

 

 

 

 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

Mirna Pinsky


 

Nuvens


Tinha nuvens nos olhos
Tocou de leve em meus cabelos
Roçou-me as faces e os lábios
Falou de passado e areia

Tinha nuvens nos olhos
Cingiu-me a mão com sua mão macia
No horizonte fez surgir um cavalo alado e branco
E então eu
 - há tanto tempo adormecida
vesti minha nudez
          com as nuvens que toldavam seus olhos
 

E já não havia mais nuvens
nos olhos dele.


 

 

Leonardo da Vinci, Embrião

Início desta página

Sébastien Joachim

 

 

 

 

Muito mais de não sei quantos mil poetas,

contistas e críticos de literatura.

Clique na 1ª letra do prenome:

 

A

B

C

 

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

W

 

X

Y

Z

 

 

WebDesign Soares Feitosa

Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta

 

 

SB 05.01.2023