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Francisco Francijési Firmino

Michelangelo, 1475-1564, Teto da Capela Sistina, detalhe

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


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Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Francisco Francijési Firmino



Pequena biografia

Francisco Francijési Firmino é historiador, graduado pela Universidade Estadual do Ceará, em Limoeiro do Norte (FAFIDAM/UECE), e mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Trabalhou como professor substituto do curso de História da UECE e atualmente é professor efetivo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desenvolve pesquisas sobre temáticas relacionadas a literatura, historiografia, construções identitárias e espaço. É autor de Alegorias da Maldição: a escrita fantástica de José Alcides Pinto e o Ceará, 1960-80 (Edições Demócrito Rocha, 2012).


(Texto redigido em 12.07.2023)

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Francisco Francijési Firmino


 

Estudos & catálogos — mãos de Soares Feitosa



Poeta Soares, fiquei tão maravilhado com a sua escrita que até tive vergonha de ter-lhe mandado o que escrevi. Não quero lhe dizer nada enjoativo e que pareça demagogia, mas você me proporcionou momentos de muito prazer com a sua escrita. Francijési



*Link para Estudos & catálogos — mãos, de Soares Feitosa

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Bathsheba

 

 

 

 

 

Francisco Francijési Firmino


 

O trabalho do poema


Qual o preço de um poema?
É o de palavras
                    belas e exquisitas
versos
           exatos e complicados e
leitores suspirantes?
 Será o preço da fome
                           ou o preço da carne?
Será o sobrenome?
                         Drumonnd bandeira prado pessoa.
                        Terá o poema
de criar jogões
                epítetos frases ecoantes?
 E os poetas?
Serão detentores de
                            novas filosofias da perfeição?
Desnudam
               Desvelam
                                  demostram.
Será o poema
                    produto de demostração?
Ensaio da realidade
                        Passo para a dança maior
                                                      Formador de visionários?
Pra que a poesia?


Poesia
             tem função qual o apêndice,
um rabinho fininho no fim do intestino:
                                                   inútil.
Que fica lá
                   plácido e incompetente,
até que
            de uma hora para outra
                                            se esgarça
               (o poema se forma)
e somente se sente dor.
 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Bathsheba

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

Francisco Francijési Firmino


 

A diferença


Quando criança
                        pensava no olho,
nas cores e na preguiça
                                 do universo apastelado.
-Eu vejo o que ela vê?
                                Perguntava à minha mãe
-Porque é bonito e pra ela é feio?
O rosa elétrico,
                       amarelo limão e
                                            o verde fosforescente.
-Ela vê as mesmas linhas
                                 que percebo na minha mão?
E por fim,
                minha mãe respondeu:
                                                   -Não.
 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tintoretto, Criação dos animais

 

 

 

 

 

Francisco Francijési Firmino


 

Eu


I

Tudo
         o que sou
De repente
                  extrai e reflui
E se torna
              a nova
descoberta
Sobre o que a mim
                             não é
E o que é o mundo .


II

Nas hordas do espelho
sou véu e furacão
caminhos de estátuas copiadas
marcadas com meu rosto
e na transparência do copo de vidro
ou do eu,
sou outro.
 

Tintoretto, Criação dos animais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 


Francisco Francijési Firmino


 

Vivos


Os olhos,
             os ouvidos;
A mão, a pele e a língua
                                  são seres vivos
                                                       e telepáticos
               entre os de suas espécies.
De orelha a orelha
                         se ouve.
Os olhos se vêem,
as mãos entre as mãos
                                com as línguas entres as línguas
                 se reproduzem,
fazendo o mundo.
Os olhos vêem a mulher,
                            as mãos fazem o pote e
                                                         as línguas falam de curvas.
Ouve- se
              para que alguém escute,
pisa-se
            para que alguém o toque .
Assim surgem catedrais e
                                assim se relaciona o amor e o comércio:
                    com novas palavras-verbos,
novas visões.

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Exposition of Moses

 

 

 

 

 

Francisco Francijési Firmino


 

As árvores


O homem é tratado
                          feito árvore,
preso no espaço e
                          no tempo,
fixo e
            exposto ao vento.
Nutrindo-se
                   do que lhe oferece
                                             a terra.
No entanto o homem
                               não é árvore.
Ele não tem raízes,
                          mas pernas
e a força do vento
                         para vagar entre as várias
          e distintas orientações,
consumindo
                  diferenças e
buscando folhas
                       e árvores para soprar
e outras paragens
                         para expiar.
 

Poussin, The Exposition of Moses

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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SB 12.07.2023