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Roberto Gobatto 

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John Martin (British, 1789-1854), The Seventh Plague of Egypt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia :


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Alguma notícia do autor:

 

Roberto Gobatto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hélio Rola

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Three Ages

Roberto Gobatto


 

Biografia

 

Eu tenho 28 anos, e não me interesso por nada nessa vida que não seja conhecimento. Carrego três maldições... sou inquieto, inconformado e escrevo.

Quando tinha poucos anos e muitos problemas descobri alguns caras, que eram a medida exata do que eu sentia; fortes, sensíveis, loucos, contraditórios, humanos: Leminski, Haroldo de Campos, Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Aldoux Huxley. Enfim, enfim, enfim... e o Jazz, e o Rock ‘n Roll e a atitude e o conceito pop. e o anarquismo e Deus e o Demônio e o cinema e as sentenças mal escritas e a liberdade.

O Jornal eu conheci através de uma amiga, que o lê disse que era um dos poucos sites que a atraiu sobre poesia. Eu devo confessar, geralmente a poesia é exposta de forma tão artificial, que a tornam ridícula, como se ela fosse privilégio de alguns, como se fosse necessário uma erudição extrema para compreendê-la. É o erro das pessoas insensíveis, é o erro da escola.
A poesia é mais simples, ou não é. O que importa na poesia é que seja verdadeira.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

Roberto Gobatto



A torre


Ao futuro, palavras...
Meu corpo e remorsos ou coisas de secundária importância.
- cansado de mim –
Essas horas longe do tempo sob minhas lentes riscadas:
Olhos representando palavras
Olhos representando técnicas
Olhos representando instintos
Olhos representando gritos
Olhos representando portas
Olhos representando gemidos
Olhos representando brevidade
Olhos representando magoas
Olhos representando esporos
Olhos representando elementos
Olhos representando esforços
Olhos representando repetições
Olhos representando inquietações
Olhos... Representando fachadas de anúncios luminosos e sons a altura deslizando a lua.
Tocando velhas gaitas enferrujadas obscuras, desalentos, simulacro pra fora da noite límpida arfando desmaiando em silêncio até o sol!
 

   

 

Bronzino, Vênus e Cupido

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Weydson Barros Leal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

Roberto Gobatto


 

Amálgama


Nossos corpos são esses corpos em acelerado ritmo.
Aniquilando dúvidas, não só desejo.
Explodindo em novos perfumes,
convergindo do teu corpo a meu corpo daquele corpo vivo que arfando nos conduzia e conduzidos íamos sobre lençóis súcubos.
Lábios novos comendo teus lábios e também meus lábios comiam.
Construindo imagens e gastos poemas nenhuma palavra nova.

Amor indigno, luz sobre nosso amor indigno, sincero amor, indigno amor.
E esses corpos não perdem o sorriso, estranheza aos humanos.
Nossos corpos são esses corpos que agora é corpo e foge do tempo,
da gramática das sutilezas, seguindo...

Três.

- Corpo sobre corpo, corpos lambuzados!-
Converge corpo abre corpo entrega corpo ensina corpo dá corpo me come corpo.
Singulariza!
Responda-nos, elucide mistérios, perca-se no tempo.
tudo é corpo e por horas e horas e dias e febres de nossos corpos fadigados e famintos
todo corpo nos amálgama.
 

   

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana

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Iosito Aguiar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

Roberto Gobatto



Amor vias & veias amor veias & vias amor


Pecado doce premeditado doce pecado
Sacrifiquei liberdades quantas liberdade sacrifiquei
Tentei encontrar desculpas encontrar tentei
Assim amor vias & veias amor veias & vias amor assim
Nossos dias em descompasso em dias nossos
Saudades e visões marcas visões e saudades
Outros tempos despreocupados tempos outros
Saudades e visões marcas visões e saudades
Nossos dias em descompasso em dias nossos
Assim amor vias & veias amor veias & vias amor assim
Tentei encontrar desculpas encontrar tentei
Sacrifiquei liberdades quantas liberdade sacrifiquei
Pecado doce premeditado doce pecado
 

   

 

Franz Xaver Winterhalter. Yeda

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Pedro Salgueiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

Roberto Gobatto



Ao que deixei


Sinais da volta
estive fora
e por longo tempo afetado
repleto de cosmo, na lua...

Relâmpagos na reentrada
errei a janela
passeio sobre túmulos como uma bola flamejante
consumido por dias e noite, ardil.

ainda ouço meus gritos e os lamentos
como se tivesse importância
como se fosse ventre
pé, cabeça, decepção
como se necessário fosse lastimar as lágrimas escaldantes
eu grito meu próprio julgamento
são os sinais da volta.
 

   

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Admiration Maternelle

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Maria Azenha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

Roberto Gobatto



Cena, uma pausa na profecia


Esconder as garrafas sob a cama
histórias em quadrinhos, meus poderes telepáticos.
ao telefone, pressentimentos da impossibilidade,
infância transpira yin-yang depois da meia-noite fria.
Contar dedos cadentes desse balé esférico
- nada especial –
pensando e escrevendo mesquinharias
enquanto os donos-do-mundo
jogam bombas nas crianças.
nossos filhos sangram desesperados,
mutilados pela ignorância histérica dos donos-de-tudo.

viaja esfera de pus em translação roda segue esfera de pus.
Masturbares criam novas esperanças na frente do computador
em conversas finitas até o próximo gozo sonolento e frio.

Sensitivos do mundo, uni-vos!
Tem galinha no forno do Astuto vermelho
na TV o Coiote cai mais uma vez a infinita morte.

Som de sirenes,
não chove não é noite não é dia não há luz não tem comida não tenho companhia alguma.

cem mil anos lúcido do legitimo prazer...
constelações, e, uma pausa na profecia.
 

   

 

Da Vinci, La Scapigliata

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Juarez Leitão