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Vivaldo Lima de Magalhães 

Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Contos:

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Vivaldo Lima de Magalhães


 

Uma canção distante, de Soares Feitosa

 

 

Fantástico! Seu poema ilustra com perfeição e propriedade o quadro de Andreas Achenbach. Acredito que as imagens retratadas pelo artista nada têm a ver com as tsunamis asiáticas. No entanto, o conteúdo profético e atemporal de “Uma canção distante” são marcantes, e possibilita a interpretação de que o poeta, naquele instante, foi induzido a uma visão premonitória. Há quem afirme que o acaso não existe. Há controvérsias e o questionamento é inevitável. Nem tudo é o que parece. Abraços, Vivaldo

 

Clique e acesse o texto Uma canção distante

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Acis and Galatea

 

 

 

 

 

Vivaldo Lima de Magalhães



Delicioso tormento

 
 

Um aperto de mão, um largo sorriso, palestras amigáveis...

Amigos.

Mais palestras, mais sorrisos, mais intimidade...

Ternura.

Grande alegria, maior aproximação, mais entretenimento...

Expectativa.

Um momento decisivo, uma poesia, uma palavra, vozes entrecortadas...

Nervosismo.

Um telefonema, um convite amigável, um dia alegria...

Emoção.

Outro telefonema, um encontro inesperado, alegria frustrada...

                                          Incerteza.                 

Dois dias de silêncio, três dias, quatro dias. Quinto dia – um telefonema...

Aviso.

Encontro emocional, confidências sentimentais, um passeio,

Uma visita, um cinema...

Dia feliz.

Retorno do passeio, na imaginação uma música, mente perturbada...

Indecisão.

Dentro da noite, um quarto na penumbra, dois seres, uma alcova...

Confissão.

Horas angustiantes, dolorosa revelação, um profundo sentimento...

Palavras sinceras.

Conforto moral, compreensão  recíproca, noite de vigília...

Confraternização.

Manhã invulgar, um suspiro, mais confidências...

Amor efêmero.

Um desatenção atenuada, um zelo excessivo para não magoar,

indecisão no modo de agir e falar...

Um amor diferente.

Um amor tão profundo, tão claro, suave e grave

Que nada neste mundo se lhe possa comparar...

Que amor é este?...

 

 

Poussin, Acis and Galatea

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Vivaldo Lima de Magalhães



D ú v i d a

 
 

Maldita sejas tu, dúvida cruel!

Não me atormentes a alma.

Sabes, posso ludibriar-te...

Como?  Bem... Não sei...

Mas encontrarei um meio.

Minha mente conturbada, embriagada,

na incerteza, impede-me o raciocínio.

Penso, medito, receio, comento...

Torno a pensar, não sei, esqueço.

Minhas idéias tornam-se abstrusas,

enigmáticas, levando-me pouco a pouco

para o redemoinho das lascívias e das  paixões.

Tento a fuga inutilmente,

e encontro-me num carrossel,

círculo vicioso de chamas doidivanas.

Apelo para Deus, mas só escuto o eco

das minhas próprias súplicas.

Onde estou?...  Onde estou?...

Ó eus, ó espíritos que não falam,

não vêem, não ouvem, respondam-me!

Por que me colocam no

submundo dos seres?...

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vivaldo Lima de Magalhães



I  n  s  ô  n  i  a


 

Em meu quarto o silêncio é profundo

Tirei a roupa, vesti o meu pijama

e fui me deitar. Antes de dormir fumei

um cigarro, folheei um livro e tentei

pegar no sono. De súbito comecei a pensar...

A minha mente transformou-se num verdadeiro

pandemônio.  Eu tentava fixar o pensamento

em algo, mas não conseguia, pois só pensava

Nela.  Por quê?...

Ao vê-la fiquei, não sei, com uma forte

e louca paixão...

As horas foram-se passando, o relógio

bateu doze vezes – era meia-noite e eu

não conseguia dormir...  Não podia.,..

“Quero dormir, quero dormir, quero dormir...”

Era o que eu escutava em lugar do tique-taque

Do relógio...

Fiquei atormentado. Rolava-me na cama

para um lado e para o outro. Não queria

pensar mais nela, mas não podia, não podia...

Ela não me deixava, não saía da minha mente...

Pensei:  “Ela me odeia...  Não. Ela me ama...

Sim, ela me ama?...

Ó! Não sei... não sei... não sei...”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Vivaldo Lima de Magalhães



T  O  R  M  E  N  T  O  ( A )

 
 

Vasto oceano negro das mais torpes criaturas!...

Sombras fantásticas que bailam em ritmo louco,

ondulante e frenético.

Ondas sobre ondas libidas, convulsivas,

quebram, ofegantes, contra rochedos inertes,

espraiando-se sobre areia sedenta, ninfômana...

Ventos luxuriantes uivam

com ímpetos lascivos, agitando, transformando,

destruindo...

Seres demoníacos emergem do fundo do mar

numa estranha coreografia, enroscando-se

entre si, em espasmos convulsivos,

elevando-se à altura das nuvens,

lançando-se a uma arrasadora ofensiva,

num corrupio louco de emoções,

paixões desenfreadas, delírios frustrados,

soltando urros lancinantes...

Insatisfeitos, cansados, disformes,

desaparecem no horizonte...

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Maura Barros de Carvalho, Tentativa de retrato da alma do poeta

 

 

16.10.2023