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Iracema M. Régis

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia da autora:

 

Ilka Brunhilde Laurito

 

Sophie Anderson, Portrait Of Young Girl

 

Da Vinci, Homem vitruviano

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Iracema M. Régis



Bio-Bibliografia

Iracema M. Régis é uma poetisa brasileira. Vem para São Paulo em 1975 e forma-se em jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, de São Bernardo do Campo - SP. Inicia-se na Poesia, no Conto e depois no Ensaio. Passa a escrever resenhas literárias para A Voz de Mauá, Jornal da Manhã - SP, O Boêmio de Matão - SP, atividade que mantém até hoje. Foi membro ativo do Colégio Brasileiro de Poetas, de Mauá, de 1977 a 1985, e presidente deste, na gestão 1980 - 1982.


Obras publicadas

  • Poesia. Mauá, 1983, Edições Mariposa;
  • Retalhos Poéticos. Mauá, 2002, Edições Mariposa;
  • Argamassa. Mauá, 2005, Edições Mariposa.

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

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Ricardo Alfaya

 

 

 

 

 

São Jerônimo, de Caravagio

 

 

 

 

 

Iracema M. Régis


 

Psi, a penúltima


 

Retorno à leitura do livro de poesia "Psi, a penúltima", 252 páginas, Soares Feitosa, poeta cearense, Edições Papel em Branco - Salvador - Bahia, que classifico de jovem Poeta, por ter começado a escrever e editar sua poesia há tão pouco tempo; e de poeta maduro, entrado nos anos, pelo fato de sua obra, tão profunda, retratar a grandeza de um autor universal, dado ao ofício de toda uma vida.

Essa retomada da leitura embebedou-me de alegria mais uma vez e provocou-me reação diferente: no primeiro momento. ao debruçar-me sobre a poesia de Soares Feitosa, ocorreu-me logo chegar ao final do livro e expressar minha opinião sobre o mesmo. Ledo engano, pois o breve passar d'olhos não me satisfaria e a presunção de emitir pontos de vista, conceitos ou algo semelhante, caiu por terra. A empreitada é longa e prazerosa, sem pressa de chegar a lugar algum, o que possibilita fazer pausas, tomar gosto e até tecer certos comentários, como me animo a fazer: aprecio sobremaneira várias nuances do fazer poético de Feitosa - a gama de informações transmitida, muitas vezes num fragmento de poema é complementada através de "notas de rodapé", que, no "Psi, a penúltima", transformam-se em páginas tão saborosas quanto os versos. Essas notas explicativas nos põem em contato com o inundo real do artista, que no poema transmuda-se em ficção. O poeta elucida o leitor a respeito de termos e expressões regionais por ele largamente utilizados, e também nos coloca lado a lado com as. suas vivências pessoais, fatalmente as da infância. Falando da família, dos amigos, da ambiência, da chuva, do sol, das enchentes, dos acidentes geográficos, da fala do povo, contando histórias de menino e outras coisas miúdas, que passariam despercebidas para a maioria dos mortais, o autor faz um retrato da cultura regional nordestina, mas não de forma isolada: situa a sua história no universo pessoal de cada um de nós.

Prosseguimos nossa excursão pelo tecido artesanal de “Psi” (sim, porque todo o livro é uma obra de artesanato) Além da inovadora disposição do texto - títulos e versos. pasme o leitor com essa intervenção entre as páginas 172 e 173, Soares Feitosa plantou um punhado de sementes de imburana-de-cheiro, acondicionadas num saquinho de papel, onde está escrito "Conteúdo: sementes de imburana-de-cheiro torradas e moídas pelo próprio autor. Sem conservantes nem produtos químicos. A mancha oleosa, por fora do envelope, é do próprio óleo essencial da imburana. Pode cheirar"). É o imprevisível. a surpresa gostosa, como a poesia tratando ora de um assunto, outra de outra, um feito de humanidade, um flash de vida, que nas mãos do poetas maior converte-se em algo profundo, suscetível a questionamentos, porque uma vez o poema feita, criado, é um objeto de arte.

Por tudo vê-se um autor à vontade, que vai da linguagem mais simples do homem sem cultura, à Grécia de Platão; do real ao imaginário presente nestes versos de Convite à Saudade “[...] mestre besouro olhou e olhou/, avoou de uma árvore a outra,/ fez um cocuruto de vôo, mais alto,/ voltou num rasante e disse: - Compadre Moleque, não vi nada,/ e se tivesse visto lugar tão bonito, como você sempre fala,/ onde corre a Grota da Palha,/ onde tem sabiás - árvores cheirosas -,/ onde tem sabiás - pássaros amigos/ que não comem besouros pretos -/ eu também, compadre Moleque,/ teria voado para lá...”

A viagem continua.


 

 

 

 

 

 

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