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Washington Queiroz

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Poesia:

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Astrid Cabral

 

Yêda Schmaltz

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

Washington Queiroz

 

Biografia


Washington Queiroz nasceu em Feira de Santana, em 1954. Poeta, pintor, antropólogo, mestre Ciências Sociais e professor universitário. Estreou com Cantata (1976, Edições Cordel) Em 1980, realizou no ICBA a exposição dos poemas-quadros Conclusões do azul. Publicou Cinco tempos de homem (Coleção dos Novos, 1982) Em 1984, conviveu com os índios parakanã — um grupo tupi da Amazônia —, estudando seus rituais de cura. Em Salvador, criou e coordenou entre 1985 e 1991, o projeto História de vaqueiros — vivências e mitologia, editado em livro pelo IPAC. Em 1991 foi premiado na I Bienal do Recôncavo, com a instalação Projetos retalhos: uma antropologia do improviso, e realizou no Desembanco a exposição de poemas-quadros Conclusões do azul II.


 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Washington Queiroz

 

Toque de Cristal



Granítica

                 é a palavra amor



Diamantina

                 é a palavra ódio.



 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

 

 

 

Washington Queiroz

 

From: "Washington Queiroz" <wsq2@hotmail.com>
Sent: Tuesday, July 03, 2007 11:32 AM
Subject: Imburana

 

Meu caro Feitosa,

Quanto carinho, zelo, dedicação, sensibilidade, contido nessa sua correspondência. Fiquei arrepiado com o seu envelope. Só alguém que explode de sensibilidade pode ser capaz de tamanho gesto - a perfumar o mundo com sementes de imburanas. Com o sertão. É poeta, que bom receber esse seu 'sopro' de arte e literatura. Sopro de vida, que com gestos simples vai tocando e ensinando fundo aos homens.

E, como se não bastasse: 1. o belo poema escrito no envelope; 2. a delicadeza da nota que explica a possível mancha causada pelo óleo da semente da imburana no envelope.

Quero lhe agradecer por este grande presente que me destes.

Um grande e afetuoso abraço

Washington Queiroz
 
 

 

Adriana Zapparoli

  

Ana Cristina Souto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Washington Queiroz

 

O Xamã e os Deuses



O xamã era um menino;
um menino que guardava
os deuses em um laço;
que criava estrelas,
que era jaguar e azul;
bebia fumaça
e a esparzia sobre a terra,
carinhosamente alisando-a.
Mas era bem velho o xamã:
o tempo - redomoinho de ancestrais -
vergava-o, fazendo-lhe rugas
e paciência,
para poder guardar
em seu laço os deuses
que, segundo ele me contara,
são todos meninos e meninas
como ele.


 
 

 

 

 

26/05/2006