Do
Círculo Hermenêutico Periférico
ou
Da
Introdução aos Símbolos
Soares Feitosa
13. - Uma viagem
aos símbolos da Copa-Mundi
Sinto absoluta necessidade de esclarecer que não sou feiticeiro nem
profeta. Muito menos trabalho com símbolos ou artes gráficas.
Jornalista e bancário na juventude; depois, também por concurso,
Auditor da Receita Federal e, agora aposentado, tanjo a vida como
advogado. Aos 50 anos, só aos 50, vi-me subitamente envolvido com
poesia. Escrevi. Escrevo, quando chega a vontade de escrever. Mas,
por favor, nenhuma ligação com crenças de que estaria eu a serviço
de autores do outro mundo. Gente normal, besouro daqui mesmo, Ceará,
como diria na peleja dos cantadores sobre o tiranaboia, ferocíssimo
besouro do Piauí.
(Um
cantador versejou:
Eu
sou o tiranaboia
besouro do Piauí,
onde
enfio meu ferrão
vejo
a matéria sair.
O outro
respondeu:
Você
não é tiranaboia,
nem
besouro do Piauí,
você
é um rola-bosta,
besouro mesmo daqui.)
Também
preciso esclarecer que não ando por aí afora em busca de símbolos,
interpretando-os. Diria até que os símbolos é que correm atrás de
mim, a me impressionar. Deveras, desde que tenho posto o olhar
nestes da Copa de 2014, o susto. Muito susto, um susto grande.
Já devia
ter terminado este livro. Havia-me esquecido dele, capítulos
anteriores alguns com dez anos, coisa assim. Alguns leitores, com
destaque ao Lula Eurico, poeta e compositor (Recife), cobram-me
capítulos novos. E eu: perna de pano, perna de pinto, senhor rei
mandou dizer que contasse mais cinco… o tempo passando. Pois
agora de noite, aliás, madrugada alta de 09.07.2014, após o 7 x 1,
sinto necessidade de lhe
trazer,
meu caro leitor, a leitura dos símbolos da Copa.
Aqui está
o principal, sem esquecer o Fuleco, o tatu e a cachirola.
É muito
bonito.
(Tenho
muito medo de símbolos bonitos, tal como devemos temer a beleza da
cobra-coral que, quando venenosa, ninguém lhe igualha a peçonha do
seu preto, vermelho e amarelo… Preto, vermelho e amarelo, da
bandeira da Alemanha? Calma, vamos devagar para este novo susto).
Visto de
cima para baixo, está em giro destro. Isto é bom, pois o mundo
ocidental (hemisfério norte) é, geograficamente (movimento aparente
do Sol), destro, da esquerda para a direita, os ponteiros universais
do relógio, um tema que fico a lhe dever, meu caro leitor, bem como
o movimento sinistro da Lua. O giro destro. Por isto mesmo, destro,
uma boa campanha até os sinistros acontecimentos Colômbia e
Alemanha.
Vamos
devagar, por favor. Afinal, os símbolos existem. Milenarmente. Tanto
existem que, apesar de não serem levados a sério, gastam-se fortunas
para
mantê-los. Ou, pelo contrário, seriam extremamente levados a sério
sem que nos demos conta? Sim, isto mesmo. Não nos damos conta, no
plano consciente, de sua força.
Reparemos
em sua base. Verde. Em seguida, uma mão. Esquerda. Amarela. Uma mão
muito forte. Sobre o polegar, o 2014.
Por cima
dessa mão amarela, duas novas mãos. Esquerda e direita, verdes. Duas
mãos esquerdas, contra uma direita, a desnaturar o giro destro, mas
isto não seria tão grave, assim me parece. Vejamos, agora, de onde
saíram essas cores, o verde e o amarelo. Elementar, não?
Com um
detalhe: o verde-básico, da base da bandeira do Brasil, esmaece no
símbolo da Copa. Pior, esmaece nas
pontas,
isto é, "sai" pelos dedos das mãos verdes que estão em cima. Um
verde que "amarela"?!
Já o
amarelo, também da bandeira do Brasil (um amarelo que é luz, na
bandeira alemã) ganha escurecimento.
Então,
afrouxaram o verde,
a caminho do murcho; e
escureceram o amarelo, a caminho dos escuros, escombros. (Viaduto?
Sei não. Aliás, tudo a ver)
Busquemos
o símbolo da Copa-Mundi outra vez para bem perto, a olharmos melhor.
Veja, introduziram uma cor alheia, o vermelho do
2014.
Botaram o
azul-Pátria lá embaixo, à Fifa. Borrado. O nome Brasil num verde
penoso, também embaixo. Jamais o nome da Pátria poderia estar
embaixo. Está.
Vejamos
onde foram buscar o vermelho da cobra-coral. No símbolo do partido
político? Não! Nada a ver. Buscaram-no aqui, bandeira de nossa maior
derrota, até maior do que a derrota do 7 x 1. Assim os símbolos, a
gente os lê onde não imagina que seja para ler. Aqui está o primeiro
vermelho, de nossa primeira (e maior) derrota:
Veja, a
faixa de baixo: abismo, porão, a parte inferior da bandeira dos
colombos. É uma bandeira belíssima, com sua predominância em
esplendor de luz, o amarelo, mas o vermelho na base, com todas as
suas implicações milenares de sangue. E morte. Repare agora que em
cima dos dedos amarelos há uma figura em branco. Um braço esquerdo,
atlético, em movimento. É uma pessoa franzina. A cabeça se forma no
polegar da mão verde, esquerda, com o mindinho da mão direita,
verde. O corpo franzino desdobra-se para baixo em direção aos 2,
vermelho. Dobrado. Mutilado. A espinha quebrada. Podia ter morrido. Plégico. Ainda bem que não. O giro destro salvou o menino Neymar Jr.
Sim, ali a Copa morreu para o Brasil; ou, pior, o Brasil morreu para
a Copa. Emparelhemos símbolo da copa e a figura do sinistro sobre o
menino franzino:
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Dá para perceber o braço esquerdo, no mesmo formato da
figura sinistra da esquerda, não dá? Sintonize o tombo ao
mesmo tempo em que também tomba todo o símbolo, derramando
também ao chão o 2014. |
Repare
agora neste mais-vermelho, um vermelho a mais, bandeira outra, usurpado do alheio para o
numeral 2014. Não é um vermelho-porão como o da bandeira da
Colômbia, mas um vermelho-centro, o meio, o cerne, âmago, o miolo. Por isto mesmo,
um jogo-calmo. Nenhum acidente, ninguém machucou-se… a não ser a
machucadura maior dos 7. Aqui está:
Melhor
trazer o símbolo outra vez para perto, a comparar melhor. Veja,
primeiro botaram no símbolo o vermelho-chão da Colômbia, com
funestos resultados no jogo com a Colômbia. Depois colocaram o
vermelho-miolo da Alemanha, justo na curva-dobra do polegar com o
indicador a mão amarela… Um vermelho, vale repetir, de nada a ver com as cores
da Pátria. Na outra configuração, primeiro o desastre-chão (queda física),
Colômbia; nest´outra, o desastre-limpo, Alemanha.
Presumo
que inimigo algum teria produzido trabalho melhor, no sentido de
prejudicar. Por quê? Quem é que sabe! Confesso que isto de intenções
é o que mais me assombra nos símbolos. Os seus autores imaginam que
estão abafando, quando, real, estão enterrando.
Foi assim
que vi/ li no estudo do símbolo anterior do Banco do Nordeste. (O
novo também é péssimo; menos ruim, é certo, tanto assim que trocaram
diretorias, processos, Tribunal de Contas, Ministério Público, etc,
etc, etc, matéria para longas cogitações).
O fato é
que quem possui um azul-profundo tal como este da esfera-Brasil em
sua bandeira, não tinha que intentar o "roubo" contra as bandeiras
alheias.
O nome
Brasil, um "B" todo troncho, um "r" especado para trás…
Para trás?
E ainda queriam ganhar?!
Já chega.
Há muito mais leituras, mas por hoje, madrugada, já chega.
Tivemos
também a cachirola. Não durou dois jogos, antes mesmo da Copa.
Triste.
Ninguém se
deu conta de que os "simbolistas" erravam.
Aí vieram
com o tatu como símbolo para um time de futebol. Um bicho veloz, tal
qual Aquiles? Pelo contrário, tão
corredor como uma tartaruga…! Nem precisa explicar mais nada.
E o Fuleco.
Veja o nome. Pronuncie bem alto: fu, fu, fu-fu-fu… Complete não, por
favor, a obscenidade é patente. O resto do nome, leco… lelé da cuca,
coisa do tipo. Queriam ganhar? Estão loucos.
Aqui está
peçonha, em suas três cores.
O preto em
cima, a seriedade alemã. Achtung!
O negrume
superior, faixa-de-cima; superior;
Auschwitz-Bikernau,
indaguem de Paul Celan. Todesfuge.
Índice - basta clicar:
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Início desta desta página: Do Círculo Hermenêutico
Perifério ou Dos Símbolos — Prólogo e proposta.
-
O
Partido dos Trabalhadores e sua crise de 25 anos, algo a ver com
os símbolos?
-
Os símbolos
do PT, decifrações.
-
Os
símbolos de Severino Cavalcanti e sua crise mensalinha.
-
Os símbolos do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste
-
Decifrando os símbolos do BB e BNB
-
Ascensão e queda de Roberto Jefferson — símbolos: o riso,
as palmas e o silêncio.
-
Mais
símbolos, os varapaus da Bíblia
-
Uma viagem aos símbolos da Copa-Mundi
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