MAVISARTE

Sent: Friday, May 03, 2002 12:42 PM
Subject:
 

Caríssimo, 

Quanta coisa terão visto esses olhos...

Gracias pela lembrança e pelo texto deslumbrante.

 

 

JORGE RIBEIRO

From: Olho d`Água
Sent: Friday, May 03, 2002 11:02 AM
Subject: Re: A menina afegã
 

Soares,

Você é um craque! Um cracasso!

Quer participar de uma antologia da Editora Olho d'Água?

Jorge Ribeiro

 

JOSÉ CARLOS TEODOROVICZ

Sent: Friday, May 03, 2002 11:55 AM
Subject: Re: A menina afegã
 

Olá Soares Feitosa,

Obrigado e parabéns pelo excelente trabalho!

José Carlos

 

ANA PELUSO

From: Ana Peluso

Sent: Saturday, May 04, 2002 2:09 PM

Subject: o que queremos nós com o tempo?

 

Amigo SF,

O texto como sempre adensa floresta sanguínea e faz umAna Peluso bum-bum no peito, daqueles, dos diabos.

Tu brincas com as palavras e cria clima de história na narrativa que poderia ser simples e torna-se um amontoado de questões que é pra colocar a cachola do povo pra funcionar. É por isso que te recomendo como medicamento contra insanidade da alma, contra avareza da calma, contra todo e qualquer mal...

"Anafilá..."

Sim, tomemos o soro da vida, feito em poesia, em prosa poética, na veia que ainda (res)sente algum movimento de vida.

Tomemos Feitosa em doses homeopáticas e cartáticas.

E, penso, estaremos permitindo o pensamento quebrar a ordem do tempo, porque tu vens do futuro, ó profeta!

E sabes que te gosto demais!

Desta amiga que anda aperreada com os problemas que o tempo (Anafilá... tens pra mim, pois?) cria, mas crê ainda em alguma via: saída para encontro com semelhantes...

[...]

Mas te pergunto eu: o que queremos nós com o tempo, meu amigo?

Passa ele sem risco de volta. É mais decidido do que se espera.

Se deixamos bolinhos no forno e nos esquecemos, ele impiedoso queima-nos os comes e resta-nos os bebes e mesmo assim, olha lá, porque podem virar pedras de gele os bebes no refrigerador.

 Sim, uma grande lástima ver a linda menina afegã transformar-se na amarga mulher afegã. Talvez nem tão amarga quanto uma mulher ocidental que briga com o mundo, se necessário por um punhado de direitos. Mas antes resignada mulher afegã que mal sabia de sua fama correndo o mundo na cor de olhos tão lindos, mas tão lindos que não me lembro de ter visto outros iguais.

[...] 

Lembro-me apenas que eu subia (eu Ana também, eu subindo também) a ladeira que me levava da escola para casa, quando parei na banca  (meu reduto literário, então, já que o pai me abriu uma conta na banca que vendia livros também) e dei com meus olhos nos dela, na capa da NG. Fitei aqueles olhos enigmáticos por horas (eu passava horas no reduto) encantada com sua cor e por conseqüência, beleza extraordinária.

 Aqueles olhos mexeram comigo. Não conseguia parar de pensar neles e em sua beleza, e na minha meninice me perguntava porque não tinha olhos iguais...

 "Como somos tolos, quando novos somos..."

Sei de mim, que passei horas fitando o olhar da menina, sem sabê-la afegã, sem saber de muita coisa que a ditadura não deixava às claras, mas já entreabria à olhares menos portáteis.

Hoje olho para o olhar da mulher. É o mesmo, sem dúvida. Mas não é ao mesmo tempo. Algo se quebrou, se rompeu em meio ao tempo. Mas a culpa não é do tempo e sim dos tratos, no caso maus.

Pergunto-me se grandes indústrias da beleza a pegassem na época, estaria ela menos amarga e/ou triste, entregue?

Estaria apenas e tão somente mais bem aparatada, porque o tempo passa e deixa marcas, quer queiramos ou não. E elas não se apagam. Permanecem. Estancam-nos os sonhos, abrem espaço para outras e o ciclo segue obediente.

Mas resta a cor e isso tempo algum apaga. Talvez uma das quimeras mais viventes em nós: cor.

O som... As letras... O pensamento se vai com ele, mas também marca o tempo dos pensadores.

O tempo é algo resoluto e chato! Sim, chato. Acaba com nosso pensamento no momento marcado para o telefone tocar. Tempo invasor de almas sonhadoras e rastreadoras de soluções...

Ana Peluso

 

JOSÉ PAULO DI CAVALCANTI

Sent: Friday, May 03, 2002 10:04 AM
Subject: Re: A menina afegã
 

Valeu, meu amigo.

Grande abraço,

di

 

 

MARIA TERESA LIMA

From: Teresa
Sent: Monday, May 06, 2002 12:28 PM
Subject: gostei demais de seu artigo
 

Olá Soares,

Como vai, tudo bem?

Li A Menina Afegã, gostei demais, não sabia que você também é escritor e escreve muito bem. Foi uma grata surpresa para mim.

Interessante como a cor dos olhos dessa menina da foto, assemelham-se aos meus, verde escuro e em volta da menina dos olhos, amarelo-alaranjado.

Quando for possível mande-me mais artigos, poesias ou o que você puder, te agradeço desde já.

Gostaria de saber como funciona o Jornal da Poesia, se é impresso,  tem assinaturas ou só funciona na net. Enfim, tudo o que você puder me informar eu agradeço.

Maria Teresa Lima

 

MARIA APARECIDA MARCONDES COSTA

Sent: Friday, May 03, 2002 5:13 AM
Subject: jornal poesia
 

Recebi sua história da menina afegã e outras e gostei muito. Pode mandar mais!

Aguardo resposta

Maria Aparecida Marcondes Costa

 

ROBERTO PIRES

From: RPires
Sent: Friday, May 03, 2002 10:12 AM
Subject: Re: A menina afegã
 

Que lindo bom, Soares! Rivalizando com os olho da Moçoila... Mirando minha alma como o fez a moçoila da Foto! Cruz Credo!Roberto Pires estou filosofando outra vez...

Você faz isto quando escreve... Cria Salo, faz nascer Academia à distancia... e a matutada toda acompanha! É como  um maestro regendo a orquestra dentro da alma! Fazendo cócegas no cérebro, excitando, bulindo mexendo com a gente! Bendito aquele que mexe com a alma da gente! A Academia faz seu primeiro aninho no dia 31 de maio próximo! Vai ter bolo, sarau,surpresas, homenagem e inauguração de sede nova construída para este fim, lá pelo início do século, pelos engenheiros do trem...

Vou imprimir o diploma de Mérito Cultural (Salomão o responsável!)  e guardar com carinho, igual foi feito com a casa dos Engenheiro que esperou calmamente para cumprir seu destino... Pergunte a Salo! Ele sabe...

Um carinho e a admiração crescente para ambos.

RPires

 

 

Nota do Editor:

Roberto Pires é webmaster de O Literário, um site de literatura, para o Mundo, a partir de lá dentro das brenhas nordestinas, Camocim, Ceará. De um certo modo, o editor se sente "responsável" pelo despertar literário de Roberto: a leitura conjunta do poema Salomão, ou Salo, assim o chamamos em carinho... ele diz que foi. O editor acredita. 

O trabalho de RP naquela região está a merecer um reconhecimento dos educadores e imitação para o resto do mundo: a revelação dos valores locais, a poesia na escola, um clima de cultura que jamais se viu. Até uma Academia de Letras ele fundou!

 

IRINETE ALVES

Sent: Friday, May 03, 2002 7:51 PM
Subject: (nenhum assunto)

 

Soares

Amei a matéria que me mandou.

Espero mais novidades. Ansiosamente

Irinete

 

 

RITA BRENNAND

Sent: Wednesday, May 01, 2002 2:52 PM
Subject: De um gole só

 

Bebi de um gole só. Escutei seu grito. Penetrei naquele olhar.Rita Brennand Meu Deus! Porque não fugiu de lá em tempo?Talvez o alfenim, que me dava Maria José, no colégio... derretia na boca.Teria sido das mãos dela, a que teria fugido em tempo... 

E a vida, como também a minha que descia de ladeira abaixo, deslizava nas barcas, que caiam das palmeiras, e nós duas inventávamos nossas vidas. Ela me colocava véus coloridos, feitos de arco-íris, e eu coroava sua cabeça com sargaços e brisa. 

Francisco, sempre esses olhares! Repare que esses olhos falam de uma dor prenunciada, acusadores, em cada luz ou sombra o futuro. A rapadura dourada, as abelhas louras, o melado escorrendo dos tachos. Ontem no outro lado do mundo... OLHOS... repare... depois de tanto tempo... na outra foto... o olhar quase adormeceu a dor.

Reparei, reparei, percebi, Francisco, você com seu olhar de lince, me devolveu as imagens que o meu olhar de mulher já tinha detectado. Francisco, quem vai defender?

Volto a falar desse olhar, desse claro-escuro que é uma boca cerrada. Olhos iluminados de puro fogo.Também fiquei sem fôlego, mas ao mesmo tempo me segurei na sua vertiginosa poesia. Francisco, você me faz doer de alegria. Vou mastigar suas palavras, suas entradas extemporâneas, veneno de cobra. Que são como de cobras, venenosas, os olhos; repare, o bote.

                                                                            Meu beijo, Rita


Sent: Friday, May 03, 2002 11:44 AM
Subject: a menina afegã

 

Francisco, tomei um susto! Você nem me deixou respirar. Rita Brennand ... comentário... nem estou preparada para desmaiar de alegria.Em outro email, transe. É... tento pintar com você esse olhar e essa expressão da boca.

Busco fazer ecoar esse grito. A pororoca veio chegando e arrastando tudo o que estivesse em seu caminho. Encontro feroz de águas. Desencontro feroz de homens. Renovação da natureza? O caos por si só se organiza... Francisco, luzes e sombras. Você é um pintor,ao me fazer entrar nos escuros... percebi a virgindade daquela boca, a menina... Um único olho, insistentemente repetido, mil olhos,v i , da humanidade, que somos. Ainda preciso me acostumar. O seu pique, nem bem.... você já!

                                                                  Meu beijo, Rita     

 


Sent: Friday, May 03, 2002 7:24 PM
Subject: dia feliz

 

Francisco, assim que você me passou o site da menina afegã, abri sem medo,mas fiquei um bom tempo, enfeitiçada, viajando com você. De vez em quando, numa pincelada de claro-escuro — o olho. Somente depois é que, como sempre, vou aos comentários e fiquei, como diz o matuto — abestada. Você quer me matar? 

Francisco, o mais incrível, o comentário sobre a máscara do Valdir, também estava na página, junto com outros de tamanha categoria. Se demorei a lhe dar um retorno, nem sei lhe afirmar, acho que o tempo passou e nem me dei conta .Isso acontece diante do inesperado.

Ontem dei uma espiada na página do JP e fui dormir depois das 2h, fico hipnotizada,é o termo certo.Me encontro tão descaradamente impregnada dessa terra, os trejeitos de falar, me vejo cruzando com você, sem saber que só meio século —- de Ésquilo? Francisco saiba que estou atenta o tempo todo, tenho em você o meu ponto de referência. 

O JP é uma viagem, é um mapa, muito mais do que Múndi. É uma cartografia de intensidades, de afetos, de sonhos.

                                                   meu beijo carinhoso Rita.


Sent: Sunday, May 05, 2002 2:57 PM
Subject: os olhos, mãos afegãs, índio-Brasil... amor

Francisco, está aqui, Sharbat Gula. Os OLHOS são dardos prontos, engatilhados, agora acusadores? Mais do que isso, cristal desafiando o tempo. Repare as mãos, o gesto. Vejo como um fruto arrancado antes do tempo  Ainda traz a terra nas unhas. faíscam os olhos. O rosto, a luz, o Sol... dia e noite... olhos, os olhos, só os olhos... grite, grite por ela, Francisco. Não nos deixe sem a defesa... 

Da outra raça a mistura nossa, repare o mesmo gesto, as mãos...as unhas enfeitadas de terra-Brasil; repare a burka feita da palha, só que verde... verde pendão da...desesperança. O olhar de mormaço, varou o tempo. 

A boca, a força do mesmo silêncio iluminado por gotículas, é da pele que ele chora a morte da raça. Francisco nada li das reportagens para não escutar. Não, não quero escutar, quero ficar atenta apenas a sua poderosa poesia, que espero. Sempre vou esperar. Estou ainda zonza. Agora mesmo fiz um gesto, com minhas mãos, quase sem perceber que estava escondendo meu rosto, abaixei a cabeça, e lá no fundo do coração, choro por nós. Francisco, onde? onde? onde? o amor? 

                                                     meu beijo no coração. Rita

 

 

 

IZACYL GUIMARÃES FERREIRA

From: Guimarães A menina afegã, de Steve McCurry
Sent: Friday, May 03, 2002 8:37 AM
Subject: menina afegã
 

Beleza pura,seu moço. Aliás, essa foto já entrou para a história. Mona Lisa do último mundo.

Abraços, 

Izacyl Guimarães

 

ROSA LUCAS

From: rosa lucas
Sent: Thursday, May 09, 2002 8:12 PM
Subject: A menina afegã

 

Amigo, belo e triste, cheio de fantasias e verdades, este trecho que você me mandou. Vou relê-lo com mais calma, que hoje estamos aqui em plena revolução: minha primeira neta, Anneliese, se casa amanhã com Guido, um jovem alemão, e estamos bem centrados em uma Torre de Babel, fala-se alemão, francês, espanhol, inglês, italiano e o nosso brasilguês. Alguns se entendem, outros flutuam e esperam a mímica.

Uma coisa é certa, o trecho é lindo, e a foto também é linda, como linda é a sua atenção em mo mandar.

Beijos da Rosa.

 

JOSÉ ALMINO DE ALENCAR

From: Jose Almino A menina afegã, de Steve McCurry
Sent: Friday, May 03, 2002 10:04 AM
Subject: Re: A menina afegã

 

Meu caro Feitosa,

Gostei bastante. Continue mandando notícias.

Um abraço,

José Almino

 

MARCO POLO GUIMARÃES

Sent: Wednesday, May 08, 2002 2:56 PM
Subject: A menina afegã

 

Caro Feitosa:

Você recria a imagem nas palavras e a amplia num movimento ondulante. Recentemente foi publicada uma foto daquela menina na atualidade, enfeada pela vida áspera daqueles desertos e montanhas afegãos. Mas nesta foto antiga e no seu texto ela vai permanecer intocada, perfeita em sua bela intensidade.

Parabéns.

Marco Polo

 

ARI PEDRO BALIEIRO JR

Sent: Friday, May 03, 2002 8:00 AM
Subject: Re: A menina afegã

 

Soares (Chico dos bons!)

que lindo!

abraços

aripedro

 

AROLDO FERREIRA LEÃO

Sent: Thursday, May 09, 2002 5:27 PM

Subject: MENINA AFEGÃ

 

Soares, o texto é belíssimo e após lê-lo abriram-se novas fendas de sensibilidade em minha alma. Valeu!!

Segue uma poema para a menina afegã.


OLHOS VERDES

Teus olhos verdes, menina afegã,
Muito me lembram a manhã
A menina afegã, de Steve McCurry
De minha dor vã,
Sem amanhã
Nem depois. És um ímã

Assustado
Nos atraindo para o teu lado,
Um tormento alado
Caminhando, desgastado,
Por entre o hálito do que é sagrado.

Te vejo e te sinto
Linda, labirinto

Me recortando em silêncios
De pedaços vazios.


             Aroldo Ferreira Leão
             Petrolina/PE, 10/05/2002

 

MAX MOREIRA

From: max_moreira A menina afegã, de Steve McCurry
Sent: Thursday, May 02, 2002 8:53 AM
Subject: Re:A menina afegã

 

Amigo Soares,

O bicho da poesia te tocou na madrugada do dia 30, né?

Abraços

Max

 

MARIA DE LOURDES HORTAS

Sent: Saturday, May 11, 2002 7:43 AM
Subject: menina afegã
 

 

Caro Soares Feitosa:

Muito grata pelo envio do interessante ensaio fotográfico eMaria de Lourdes Hortasficcional " menina afegã".

O texto, sobretudo, é um exemplo do que a criatividade literária pode fazer, a partir da  imagem de uma menina de olhos assustados e assustadores.

Fraterno abraço e admiração da 

Maria de Lourdes Hortas.

 

CARLA AKA

From: Carla Aka A menina afegã, de Steve McCurry
Sent: Saturday, May 04, 2002 12:30 AM
Subject: Re: A menina afegã
 

Muito bom!

Abraços,

Carla

 

EURIVO RIBEIRO DA CRUZ

Sent: Monday, May 30, 2005 4:31 PM
Subject: O que o tempo há de querer?

 

O que o tempo há de querer?                 
          

Caro Feitosa,

O texto forte como a gente do nordeste, de lâmina afiada e contundente que fere a alma a fundo e dilacera as entranhas. Nada resiste às enchentes de imagens e palavras.

O abraço do

Eurivo

 

 

 

 

 

 

10.7.2005