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			Dimas Macedo 
   
            Ressonâncias e Alteridades
 
            
 
            
 
            Ressonâncias e Alteridades (Fortaleza, 
			Editora Omni, 2006), em suas intenções, formas e modelos, constitui 
			a primeira tentativa de registro e de mapeamento das minhas 
			referências críticas publicadas em jornais e revistas. Isto é: a 
			primeira tentativa de reunir em um único volume as fontes 
			primordiais e as opiniões da crítica literária que dialogaram com a 
			minha produção, num período de vinte e cinco anos, aproximadamente. 
            A fortuna critica e os ensaios que 
			aqui se fazem projeções e estimativas (da minha trajetória e das 
			minhas incertezas no campo literário) compreendem, no entanto, parte 
			do que foi escrito sobre a minha obra. O tombamento mais 
			significativo das fontes e notas de acesso à essa mesma obra 
			literária foi feito, de forma demorada, durante os anos 2002/2004, 
			tendo sido, a versão original de referida Bibliografia, publicada em 
			2004, pelas Edições Poetaria, de Fortaleza, a partir de projeto 
			gráfico de Geraldo Jesuíno da Costa. 
            O que se contém, pois, em Ressonâncias 
			e Alteridades? Um conjunto de setenta e seis textos publicados em 
			revistas, jornais, e suplementos culturais, no período 2006/1981, 
			excluindo-se do inventário aqui levado à finalização, os textos 
			anteriores a 1981, os artigos de crítica aos quais não tive acesso, 
			as entrevistas de menor proporção e um conjunto de nove textos 
			inéditos, catalogados na bibliografia a que faço referência e que 
			constituem também uma tentativa de mapeamento. 
            Tal como fiz em Bibliografia – Roteiro 
			para Pesquisadores, neste Ressonâncias e Alteridades limitei-me a 
			aferir os documentos literários que encontrei nos meus arquivos, 
			registros e anotações. Neste livro, contudo, fiz intervenções 
			editoriais em alguns dos textos reunidos com o intuito de informar 
			ao leitor tão-somente a referencia primeira a que o autor do texto 
			quis se reportar. 
            Tocam-me, particularmente, na minha já 
			alentada bibliografia passiva, o texto de Paulo de Tarso Pardal – 
			Dimas Macedo e a Poética da Dor, por ser esta, de forma 
			indiscutível, a perspectiva existencial e ontológica e o fundamento 
			da minha estética literária. Gosto de ler, também, com proveito e 
			entretenimento, Dimas Macedo e a Poesia do Salgado, de Rodrigo 
			Marques, A Distância de Todos os Dimas, de Batista de Lima, e 
			Liturgia do Caos de um Eu Agônico, de Roberto Pontes. 
            Algumas cadeias de signos e 
			recorrências temáticas e, de forma muito especial, os melhores 
			recortes lingüísticos e psicanalíticos que remarcam a minha produção 
			no campo da criação poética foram estudados por Laéria Fontenelle no 
			seu belo texto – O Menino, seus Enigmas e a Sintaxe do Desejo. 
            O ensaio de Laéria, para a minha 
			honra, encontra-se publicado neste livro pela primeira vez, mas 
			julgo que seria muito difícil no futuro a compreensão da minha obra 
			de poeta sem o retorno a esta resenha recortada de excelente 
			lucidez. 
            No plano da avaliação da minha obra de 
			crítico e de jurista, acho sempre sedutor voltar à leitura dos 
			textos de Giselda Medeiros sobre Critica Dispersa (2003), de F. S. 
			Nascimento sobre A Metáfora do Sol (1989), de Adriano Espínola sobre 
			A Face do Enigma (2002), de Otávio Luiz Rodrigues Júnior sobre O 
			Discurso Constituinte (1987) e de Willis Santiago Guerra Filho sobre 
			Ensaios de Teoria do Direito (1985). 
            A entrevista que concedi a Nilto 
			Maciel e que foi publicada na revista Literatura, de Brasília, em 
			2002; os textos aliciantes de Lourdinha Leite Barbosa e José Alcides 
			Pinto sobre a minha escritura poética, intitulados, respectivamente, 
			O Percuso de Um Poeta e Dimas Macedo e a Estética do Caos e, bem 
			assim, a Saudação ao Poeta Dimas Macedo, feita por Ruy Câmara e 
			publicada na revista Literapia (Fortaleza, dezembro de 2002), 
			constituem, com certeza, textos de boa inteligência sobre o 
			significado da minha produção. 
            Não sei, sinceramente, a que mais a 
			minha obra literária pode aspirar? Acho que o básico sobre ela eu já 
			ouvi e senti na pulsação dos textos deste livro. Com ele, acredite o 
			leitor, não estou encerrando a minha carreira literária. Estou 
			tão-somente fechando a primeira fase da minha trajetória literária, 
			que fica encerrada por aqui, com este livro e com Bibliografia – 
			Roteiro para Pesquisadores, que já se encontra no bolso do leitor. 
            O que virá depois será aquilo que o 
			inconsciente e as vozes sublimes do silencio um dia poderão dizer. 
			Será o sopro de Deus na alegria ou nos tormentos da minha solidão 
			maior. Ou não-será também a escritura que nunca se revela no nosso 
			coração. 
            Por fim, de uma forma muito especial, 
			registro que a Lúcia Cidrão devo o incentivo, a energia toda do 
			afeto e a força vital que me faltava para que, neste início de 2006, 
			pudesse me voltar para a concretização deste projeto. O seu desvelo 
			e a sua ternura, sempre atenciosa, dizem de perto sobre quase tudo 
			que, de último, realizei no campo da minha vida literária, 
			incluindo-se aí a editoração de Sintaxe do Desejo e a finalização de
			A Letra e o Discurso. 
            
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