Orlando Tejo

O Grito de Satanás nas Melancias
— Parte II —
                
 
            Quatro horas. O tempo corria rápido.  Novos litros de uísque.  Alegria e satisfação na fisionomia geral.  Nenhum bocejo.  Raimundo Rolim mostrava a sua grande capacidade de anfitrião.  Namorados valiam-se da penumbra que invadia os alpendres laterais.  Chocalhos e mugidos ao longe, intermitentes.  Coalhada e requeijão servindo-se em abundância, na saia, na cozinha, nos terraços.  Bandejas atropelavam-se.  A sacarrolha trabalhava.  Rolos de fumo boró diminuíam.  José Alves Sobrinho bebia uísque, Zé Limeira bebericava "zinebra", fumava cigarros-de-palha, cuspia no chão sem cerimônia, firme na sua sinceridade pétrea.  Nada de sofisticação, de protocolos, de etiquetas, de esnobismo.  Ali estava o sertanejo a quem se referia "Os Sertões", o único cérebro humano capaz de colocar um casal de raposas atrás do Sete-Estrelo, cantando, rindo, contagiando o meio ambiente, animando o povo.  Estava de viola em punho, metrificando vocábulos inauditos, musicalizando atabalhoadas estrofes, sustentando a multidão insone, alegre, vibrante, sem fazer caso do quebrar da barra.

            Havia murmúrios nos terraços, chiar de bicos de carbureto, cédulas multiplicando-se na bandeja, flertei nas janelas, poesia nas almas e na noite.

            Vai alta a madrugada, hora de desafio, do salve-se quem poder.  Nascem as primeiras résteas da matina e com elas surge o tira-teima. Redobra-se, agora, a atenção da platéia.  Os repentistas pisam terreno escorregadiço, temerário, lançando-se, um contra o outro, na luta renhida.  José Aives Sobrinho atira-se de peito aberto:

                        "Vou lhe avisar agora, Zé Limeira
                        (Dizem que quem avisa amigo é):
                        Vou lhe amarrar agora a mão e o pé
                        E lhe atirar naquela capoeira,
                        Pra você não dizer tanta besteira
                        Nesta noite em que Deus nos acolheu...
                        Você hoje se esquece que nasceu
                        E se lembra que eu sou bom e perfeito...
                        Você hoje me paga o que tem feito
                        Com os poetas mais fracos do que eu."

            Zé Limeira corisca na réplica:

                        "Mais de trinta da sua qualistria
                        Não me faz eu corrê nem tê sobrosso...
                        Eu agarro a tacaca no pescoço
                        E carrego pra minha freguesia.
                        Viva João, viva Zé, viva Maria,
                        Viva a lua que o rato não lambeu.
                        Viva o rato que a lua não roeu,
                        Zé Limeira só canta desse jeito,
                        Você hoje me paga o que tem feito
                        Com os poetas mais fracos do que eu."

            Uma torrente de palmas e vivas consagra o Poeta do Absurdo, desarmando, aparentemente, seu competidor.  Sobrinho não recua, mesmo sentindo o gradativo crescimento da hostilidade à sua poesia:

                        "Se esse negro não fosse tão cretino
                        Eu não ia lhe dar esta lição...
                        Seu Raimundo Rolim, peço perdão
                        Por ter que aberturar esse felino...
                        Vou mostrar como um vate nordestino
                        Dá num besta que já se arrependeu... 
                        Esse negro um soldado já prendeu
                        Por ladrão, quem soltou foi o Prefeito...
                        Voce hoje me paga o que tem feito
                        Com os poetas mais fracos do que eu."

            Limeira, tranqüilo e distante:

                        Eu me chamo Limeira da Nação,
                        O malhó cantadô da redondeza...
                        Jesus Cristo vendia miudeza...
                        Ferrabraz tinho tudo no Japão,
                        Um macaco enrabou a mãe do cão,
                        O Prefeito do Brejo não morreu,
                        O sertão nesse dia escureceu,
                        Salomão trabalhou no mesmo eito,
                        Você hoje me paga o que tem feito
                        Com os poetas mais fracos do que eu."

            — Eu não digo?  Zé Limeira é o maioral-bradava um admirador.

            — Pode encostar cantador que um só é pouco—berrava outro.

            Os litros de uísque substituíam-se, as bandejas diminuíam, a bandeja engordava.

            — Já dixe e tá dizido; eu sou Zé Limeira véio falado!  Cantadô pra acompanha esse negro véio é perciso ter fôigo de sete gatol É ou não é, mestre Zé Alves? — gritava, eufórico, o favorito da platéia.  Gritava e pedia a confirmação ao colega deprimido, desorientado, que balançava a cabeça "afirmativamente', como um autômato.

            O tempo parecia galopar.  Os poetas cantavam já sem o auxílio dos possantes candeeiros.  Em direção ao cercado da vazante vasta, vaqueiros aboiavam guiando o rebanho, os aboios confundiam-se com o gorjear dos rouxinóis, dos xexéus-de-bananeira, dos graúnas que, sobre os espinhos de canteiros iluminados, desprendiam o canto da liberdade que só os pássaros podem cantar.

            Uma grande rosa de púrpuras saía do horizonte, abrindo-se, desmanchando-se em pétalas luminosas de vinho.

            Zé Limeira e José Alves Sobrinho sustentavam-se na peleja, com apenas três intervalos de vinte minutos durante a noite.  As horas pulavam.  Cinco horas.  Os violeiros engalfinham-se no galope à beira-mar, o mais difícil gênero da cantoria nordestina: estrofe de dez versos com onze sílabas, obrigatoriamente tônicas as segunda, quinta, oitava e décima primeira.

            Àquela hora da manhã era o galope o teste de fogo para Limeira e Sobrinho.  O Poeta do Absurdo, consciente de sua mestria nesse ângulo, do seu perfeito domínio no campo da metro-música, imprescindível requisito do beira-mar, expande-se em versos inimitáveis:

                        "Eu canto galope no céu e na terra
                        Prumode os vivente pudê me ispiá...
                        Tacaca, mofumbo, raposa e preá,
                        No campo, na baixa, na grata e na serra,
                        Jumento, cavalo, garrote que berra,
                        Garrote, cavalo, jumento muá,
                        Vaqueiro, cangalha, chicote de pá,
                        Chicote, cangalha, vaqueiro, sacola,
                        Limeira é quem berra no som da viola
                        Cantando galope na beira do má."

            Sobrinho acompanha, vestindo os versos da harmonia glauca exigida pelo galope, pois o estilo é por natureza glauco:

                        "Provo que sou navegador romântico,
                        Deixando o sertão para ir ao mirífico
                        Mar que tanto adoro e que é o Pacífico,
                        Entrando, depois, pelas águas do Atlântico.
                        E nesse passeio de rumo oceânico
                        Eu quero nos mares viver e sonhar...
                        Bonitas sereias desejo pescar,
                        Trazê-las na mão pra Raimundo Rolim,
                        Pra mim e pra ele, pra ele e pra mim,
                        Cantando galope na beira do mar.  "

            Limeira, contrariamente, não sai do sertão.  Agarra-se, com unhas e dentes, a jumento, garrote, cangalha, vaqueiro, mofumbo, serra—um quadro de sua terra em alto relevo pintado com as cores da fidelidade ecológica. É a expressão do seu amor telúrico imorredouro a afirmar que um coração sertanejo não pode pulsar em peito litorâneo.  Enquanto José Alves Sobrinho singra os mares desvendando-lhes os mistérios, pescando sereias, seguindo trilhas marinhas, Limeira finca o pé no seu sertão de chapéu-de-couro, mandacaru, cascavel, coroa-de-frade.  E eis que arranca novamente numa autêntica pororoca de música e motivos selvagens:

                        "Limeira só canta toada bonita
                        Pra moça da roça, pra moça da rua...
                        Braúna, chocalho de noite de lua,
                        Cardeiro enfeitado de laço de fita.
                        Carroça vestindo camisa de chita,
                        Novena na casa do Sítio Tauá,
                        Porteira, cancela, vareda, jucá,
                        Mutuca, facheiro, vaiado, pagode,
                        A cabra rodando na pimba do bode,
                        Cantando galope na beira do má. "

            São nove horas.  Não há o menor sinal de cansaço nos semblantes.  A platéia permanece intacta, ingerindo uísque e poesia.  Limeira continua endeusado, invicto.  Sobrinho retoma o rumo de suas viagens marítimas:

                        "Vou empreender uma nova viagem
                        Por cima das águas do Glacial Ártico,
                        Deixando pra trás o Glacial Antártico,
                        Do Índico e Pacífico traçando a imagem...
                        De praia, de golfo, baía, a paisagem,
                        Eu pinto e completo com barco a boiar..
                        Lagunas, enseadas eu quero esmaltar,
                        Com portos fluviais, marítimos, lacustres,
                        Porque estou cantando pra homens ilustres.
                        No velho galope da beira do mar."

            Limeira:

                        "Me chamo Limeira, Liminha, Limão,
                        Muntado a cavalo no mato fechado,
                        Ciência Regente conheço um bucado;
                        Carcaça de burro de espora e gibão.
                        Facheiro, jurema, colada, trovão,
                        Novilha parida do lado de lá,
                        A cabra berrando do lado de cá
                        Com medo do bode da pimba de ponta,
                        Limeira é quem fala, Limeira é quem conta.
                        Cantando galope na beira do má."

            Sobrinho:

                        "Vou pelo oceano em missão geográfica,
                        Cantando enseadas, lagunas e rios,
                        Os volumes dágua, salgados e frios,
                        Os golfos, as angras, bacia hidrográfica.
                        Eu quero trazer a visão fotográfica
                        Dos portos, das algas, por onde eu passar.
                        Os álveos, as ilhas eu quero deixar,
                        A praia voltando em roteiro romântico,
                        E aí terminou meu passeio no Atlântico.
                        Cantando galope na beira do mar"

            Limeira, sertanejo intransigente:

                        "Não sei onde fica esse tá de oceano,
                        Nem sei que pagode vem sê esse má...
                        Eu sei onde fica Teixeira e Tauá,
                        Que tem meus moleques vestido de pano...
                        A minha patroa é quem traça meus prano,
                        Cem culha de milho inda quero prantá,
                        Farinha, lugume, feijão e jabá,
                        Com mói de pimenta daquela bem braba,
                        Valei-me São Pedro, Limeira se acaba,
                        Cantando galope na beira do má."

            Sobrinho:

                        "Viajo seguindo sem rumo nos mares,
                        Revendo as ilhotas, penínsulas, ilhas,
                        E dos arquipélagos mil maravilhas,
                        Das belas gaivotas os lindos cantares...
                        Gaivotas em bandos cantando nos ares
                        E eu no meu barco, o oceano a singrar,
                        Os peixes na frente correndo a nadar
                        Nas ondas revoltas do mar tão bravio,
                        E eu sigo remando em meu barco erradio,
                        Cantando galope na beira do mar."

            Limeira:

                        "Mourão de porteira, cangote de vaca,
                        Cangote de vaca, mourão de porteira,
                        A nega vexada chamando a parteira
                        E o nego pulando na ponta da faca
                        Preá, punaré, papa-vento, tacaca,
                        Cachorro querendo lambê o preá,
                        O pobre correndo pra aqui, pra cuiá,
                        O mato fechando, se abrindo de banda.
                        No tá do repente Limeira é quem manda
                        Cantando galope na beira do má."

            Sobrinho:

                        "Não falo em porteira nem coisa nenhuma
                        De velho Sertão em cantiga romântica.
                        Pois aqui só cabe conversa oceânica,
                        Falando de praia, de onda, de espuma,
                        De peixes nadando por dentro da bruma,
                        De velhos navios a água a cruzar..
                        Eu pego uma lancha para viajar
                        E lá no alto mar reviver pescarias
                        Por cima das águas profundas e frias,
                        Cantando galope na beira do mar."

            Limeira:

                        "Eu sou Zé Limeira, caboco do mato,
                        Capando carneiro no cerco do bode,
                        Não gosto de feme que vai no pagode,
                        O gato fareja no rastro do rato,
                        Carcaça de besta, suvaco de pato,
                        Jumento, raposa, cancão e preá,
                        Sertão, Pernambuco, Sergipe e Pará,
                        Pará, Pernambuco, Sergipe e Sertão,
                        Dom Pedro Segundo de sela e gibão,
                        Cantando galope na beira do má."

            Ao meio-dia as violas ainda retiniam no compasso contagiante do beira-mar, o povo todo ali ouvindo um cantador de fama, as cigarras estalando nas oiticicas do pátio circulante, as ovelhas mansas achegando-se, enfileiradas, branquinhas, à sombra das alpendradas.

            Somente um brusco imprevisto interromperia a grande peleja.  Zé Limeira, caboclo forte, homem destemido, com quem para se cantar era preciso ter fôlego de sete gatos, que só temia os castigos de Deus e o "grito de Satanás", sufocou subitamente a voz do pinho, diante do inesperado: o trem apitou a cem metros da Casa-Grande das Melancias, um berro metálico sempre surpreendente, ecoando longe.

            De um salto, Zé Limeira estava no meio da saia, os olhos esbugalhados, a viola na mão, o desespero na testa, num pé e noutro, sobrando em si mesmo.

            O comboio procedia de Patos e destinava-se ao Crato, em viagem rotineira, ali fazendo rápida parada obrigatória.  O Poeta não observara, ao chegar às Melancias, os trilhos de ferro dividindo a várzea, o que concorreu para agigantar o seu espanto.  Era o "grito de Satanás" a única coisa deste mundo que metia medo em Zé Limeira, homem forte do Sertão.

            —Me vala, Senhor São Bento! É o imbuá de ferros Donde vem esse danido? É Satanás gritando por modo de adivinhar seca no Sertão... espia o baita onde tá istirado!...

            Dentro do capinzal fechado estavam os enormes vagões engatados na locomotiva vermelha, um vermelho velho contrastando com o verde novo do capim.

            Limeira não poderia pensar na hipótese de aparecer um trem apitando por aquelas paragens tranqüilas de árvores e pássaros.  Era uma realidade absurda.  Na mansuetude da pequenina Suíça não havia lugar para semelhantes invasões.  A vazante acolhedora das Melancias não poderia se prestar para as expansões da Greet Western.  Não, não podia.  E o Poeta se valia do Senhor São Bento para afugentar o "imbuá de ferro".

            Ao cabo de cinco minutos a locomotiva emite novo apito, desta vez mais forte e mais longo, para mais longo e mais forte vexame do Poeta.  E parte, a vomitar fumaça pela chaminé encardida, deixando aquele cheiro agressivo de carvão-de-pedra, aquela saudade e aquele espanto.  O comboio alcança a sua marcha normal, sai a resfolegar sobre as linhas curvas, transpõe o vaiado florido, embrenha-se na sombra dos buritizais, descamba na planície vasta em demanda do Ceará, ao compasso matemático da música dos solavancos, rasgando o ventre do Sertão de Zé Limeira.  E some-se...

            — Graças a Deus!—Zé Limeira balbucia, aliviado.

            No terreiro, nos alpendres, em torno da pedra de amolar, no oitão da casa de farinha, há agora, como de costume, ressonâncias da cantoria.  Vão aparecendo fragmentos poéticos da peleja, décimas e sextilhas improvisadas nos momentos em que o gravador não funcionava (a despeito da habilidade do estudante Nestor Rolim), decoradas por matutos de boa memória.

            — De Zé Limeira eu só gravei uma sextilha, mais essa valeu pelo resto—diz um curioso, recitando com orgulho:

                        "Na profissão de viola
                        Vivo nesse vai-e-vem,
                        Dom Pedro foi home forte
                        Que sabia andá no trem,
                        Se casou-se e foi morá
                        Perto de Betelelém,"

            — Eu decorei mais de uma dúzia na hora, mas agora só me lembro dessas duas glosa, ô véio macho!—anuncia outro camponês:

                        "No samba que nego dança
                        Tem cheiro de muçambê
                        Quem nunca viu venha vê
                        Limeira fazendo trança...
                        Foi lá perto de Esperança
                        Que eu vi a truba passá,
                        Cai aqui, cai acolá,
                        Sargento, cabo e doutô.
                        Canta, canta, cantadô
                        Que teu destina é cantá."

                        "Eu não sei fazer o doce
                        mas sei quando ele tá bom,
                        Moça que bota baton
                        Pra mim ela já danou-se...
                        Lampião se atrapalhou-se
                        Ficou pra lá e pra cá,
                        Foi quando no Ceará
                        A guerra se arrebenta,
                        Canta, canta, cantadô
                        Que teu destino é cantá"

            — Bunito como o droga foi esse.  Duvido qualquer bichim de oreia fazê isso-exclama outro circunstante:

                        "No tempo do Padre Eterno
                        Getúlio já governava,
                        Prantava feijão e fava
                        Quando tinha bom inverno
                        Naquele tempo moderno
                        São João viajou pra cá,
                        Dom Pedro correu pra lá,
                        Escanchado num tratô...
                        Canta, canta, cantadô
                        Que teu destino é cantá."

                        "Na corrida de mourão
                        Quem corre mais é quem ganha,
                        São Thomé vendia banha
                        Na fogueira de São João...
                        Foi na guerra do Japão
                        Que se deu essa ingrizia,
                        Camonge quage morria
                        Da greguena berra-berra ,
                        Quem se morre é quem se enterra
                        Adeus, até outro dia "

            Não aparecia uma estrofe de José Alves Sobrinho.  Seus versos não teriam entrado na cachola dos homens da roça, para constatar a consagração de Zé Limeira nas zonas rurais da Para íba como cantador do povo, amado e compreendido, "primeiro sem segundo" na generalização da mentalidade camponesa.

            Zé Limeira e José Aives Sobrinho despedem-se do fazendeiro e sobem no carro, juntamente com o estudante Nestor Rolim e o carreiro.  Acenam para a multidão feliz.  Todos estão felizes: José Alves Sobrinho, com o numerário suficiente para o resgate de seus débitos; Zé Limeira, certo de haver proporcionado aquela felicidade ao colega; Nestor Rolim, conduzindo alguns metros de poesia nas fitas magnéticas; o carreiro, sonhando com os aboios que iria ouvir nos altos e baixos do conhecido itinerário.

            Mas, a junta de bois já ensaiando o pezunhado da partida, Zé Limeira salta no chão, inesperadamente, decidindo tomar outro rumo:

            — Arresorvi ir aqui pru dentro, por modo que perciso passá na casa de um cumprade, no Antenor Navarro.  Quem quisé me acompanha, vamo mais eu, porém vivente pra acompanha esse nego véio é perciso ter foigo de sete gato!

            Despediu-se de todos num aceno dramático, quebrou para o lado do nascente, com sua viola, seu matulão, sua bengala de aroeira, seu cigarro-de-palha e a sua fé em Deus, sumindo num partido de jurubeba e capim-de-planta, pisando firme nas alpargatas-de-estalo, misturando o seu assovio ao das cigarras.

            Passou pelo Hotel Balneário do Brejo das Freiras, assoviando, tirando fumaça, na sua pisada firme de puro-sangue, ao crepúsculo.  Com as primeiras estrelas, alcançou a cidade de Antenor Navarro, o pequeno país do Major Jacob Frantz.

                                                                        
                
Remetente: Odilon Toledo

  
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 Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  29  de Junho de 1998