Oswaldo Lopes Brito

A Balada do Nadador do Infinito
 
 
                Álvaro Pacheco, escritor multiforme, poeta principalmente, homem ligado também ao jornalismo e ao cinema, vem de publicar o seu décimo primeiro livro, exatamente aos trinta anos de atividade literária ininterrupta ó conforme se lê em nota da "orelha" da brochura de 300 páginas: Balada do Nadador do Infinito""  (Selo da Editora Record).  No caso, às suas ordens uma prestigiosa Editora, a Artenova, Álvaro Pacheco preferiu a chancela de outra empresa e isto foi para este escriba, que acompanha de perto o movimento editorial do país, uma surpresa.  Enfim, eles são brancos, se entendem. 

                Esta Balada assinala um novo passo do inspirado vate no rumo da grande Poesia.  Percebe-se que ele se renova sempre.  E desta feita me recorda o estilo de Camões, nos "Lusíadas" imortais.  Não na linguagem, claro, mas no esquema, pois se baseou em fato real, nele se apoiando "in totum" para descrever o  drama da condição humana, que pode resolver-se pelo suicídio!  Vida e morte, portanto, compõem a estrutura fundamental desse notável cometimento lírico, cheio de nuanças filosóficas mas sensível à percepção do leitor comum, porém arejado e aberto.  De fato, a saga do suicídio em suas diversas facetas!  Ou da Morte, nos divergentes modelos e patamares... 

E o cântico do ser humano, a exemplo do suicida que se lançou no mar, ele, 
                                                no rumo do crespúsculo irreparável 
                                                em busca de salvação 
                                                o nadador do Infinito

                                            
                                  

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de  Junho  de  1998