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João Ribeiro Ramos

Guaramiranga, CE, 10/04/1906 - Fortaleza, CE, 12/05/2000


Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário:


Poesia:


Alguma notícia do autor:

 

 

 

Culpa

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

João Ribeiro Ramos



Biografia

O menino João Ribeiro Ramos estudou as primeiras letras com seu pai e frequentou a Escola Pública da Vila Conceição. Em 1919, mudou-se para Fortaleza (CE) já como prático em manipulação e como tal empregou-se na Pharmacia Normal. Fez Curso Secundário na Fênix Caixeiral e depois os Preparatórios no Liceu do Ceará. Trabalhou, ainda, nas Farmácias Francesa, Globo e Meton. Colou grau em Farmácia pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará (FFOC) em 19 de dezembro de 1925. Em 1927 transferiu-se para a cidade de Acaraú (CE), onde se estabeleceu com a Farmácia de Acaraú. Logo se fez redator do Jornal o Acaraú e de 1934 a 1937 respondeu como Juiz de Direito Adjunto da Comarca daquele município.

Ainda mudou-se para Fortaleza e, por fim, para Sobral, onde residiu por longos 42 anos. Teve participação ativa na vida sócio-educacional, cultural e política deste povo de quem se fez irmão, pois recebeu da Câmara Municipal o Título de Cidadão Honorífico de S obral. Foi professor e Diretor da Escola Técnica de Comércio Dom José por duas décadas. Incansável na luta em favor das Letras e da Cultura, além de escrever para jornais de Fortaleza: Gazeta de Notícias, Unitário, Correio do Ceará, O Povo e Tribuna do Ceará.

O farmacêutico João Ribeiro Ramos não só escreveu em jornais e revistas do Ceará e de outros estados, mas publicou livros e opúsculos, entre eles: “Consumindo luas”; “Um mestre e um Poeta: Dois homens em meu caminho”; “O príncipe Pe. Antônio Thomaz”; “Centenário da Paróquia de Santana do Acaraú” e “Eu sou aquele que serve”.

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

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Ricardo Alfaya

 

 

 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Portrait of Mme. Rimsky-Korsakova, detail

 

 

 

 

 

João Ribeiro Ramos


 

Carta ao Soares Feitosa

 

Sobral, 09.11.94
 

Prezado amigo e eminente poeta

Francisco José Soares Feitosa

Um abraço bem cearense:

Estou em Sobral e para cá vim na certeza de lhe escrever uma carta longa e afetiva, em linguagem que não fosse rebuscada, mas condizente com os seus méritos de espírito e coração, méritos extremamente elevados que Deus me deixou ver e sentir em seus primorosos versos e escrituras.

Aqui meditando e olhando para dentro de mim mesmo, vi que jamais poderia escrever-lhe uma carta em que a beleza da forma estivesse em pé de igualdade com o mais aprimorado estilo.

Como o príncipe padre Antônio Tomaz escreveu em um de seus admiráveis sonetos, eu me encontrei diante da minha pequenez e do meu nada...

Mas vamos ao que importa. Seus versos, meu eminente poeta, são de incomparável beleza ! Como sabemos é perigoso fazer comparações, evitemo-las. Mas lendo-o não pude deixar de pensar nos grandes vates do passado e também do presente, cujos nomes estão gravados em nossas mentes e cuja Arte Poética é patrimônio da humanidade.

com estima,

João Ribeiro Ramos

 

 

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

João Ribeiro Ramos


 

Simples balada


"Tu vais partir, Dom Gil! Sus! Cavaleiro!
"Essa tristeza de tua alma espanca.


"Deixa o penhor de um beijo derradeiro
"No retrato gentil de Dona Branca".,


Mas tanto fel no longo beijo havia,
E tanta incomparável amargura,


Que o solitário beijo aos poucos ia
Roubando à tela a pálida figura.


Cresce, recresce, as linhas devastando,
Nódoa voraz pela figura entorna.


Dom Gil, onde se vai, demorando
Não aparece, aos lares não retorna?!


E o beijo avulta devorando a trama
Do quadro, haurindo a pálida figura...


Tarde chega Dom Gil. De longe exclama:
— "Vou ver-te agora, ó santa criatura!"


Funda tristeza o rosto lhe anuvia;
Quem de Dom Gil esta tristeza espanca?


Havia um beijo — eis tudo quanto havia!
A tela estava inteiramente branca.


 

 

 

 

 

 

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