Jornal de Poesia

 

 

 

 

 

 

 

Irineu Volpato


 

AVE!

 

De São Bernardo do Campo, que fora Santo André, de João Ramalho, Bartira e Tibiriçá.Um dia padres devotos pra lá, pras chãs de Piratininga e só os campos ficaram pra contar aos ventos vindouros..., não sou eu que vai contar. Daqui nesse seis de agosto, ano sem graça novecentos noventa e sete dos mil.

Para Francisco José SOARES FEITOSA, nascido Ipu, Ceará, infância em Monsenhor Tabosa, também lá. Menino de seminário, Sobral, se abrigou em Nova-Russas e permeou juventude de infância com matos campos, sertão, mais secos, caatinga, invernos num sítio Catuana, cortado do Rio Macacos e cuidado de mãe viúva, sinha Anísia-parteira. Lá.

 

Ave!
 

"Abram-se as janelas"
que um su/jeito despachado vem dizendo
revérbero de verbo
troado de cantando
pano de fundo e alma
bebida salmo e antífona
com matas e pedras e céus e chão
sertão mais outras terras
e vento e bafio de serras
— aqui galerno aressa
ali cansim simum siroco...
sufoco — balanço devagarim.

"Abram-se as janelas"
— comadres
que Chico, Francisco — o irmão
Soares Feitosa - aedo
aproou.

Ps:
Nós-antenas, ou bebemos novas águas
"adredemente alpendradas"
ou mar nos tangerá de atros
atros
atrás.

 

 

Soares Feitosa, 2003
Leia Soares Feitosa

 

 

 

 

 

24.08.2005