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Paulo Rosenbaum

 
Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

 

Um esboço de Da Vinci

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sent: Wednesday, January 05, 2005 5:17 PM

Subject: Re: Poeta, espie!


Prezado Soares,

Um sopro à poesia neste ingresso. Na filosofia judaica não há nada exatamente coincidente, mas acessos assertivos aparentemente imprevisíveis. Agradeço o envio e replico com uma poesia do meu Naufragata :

 

Onda,

 

Escorregador cativo

Platô especular

Movimento sobre movimento

Que atiça a lua

Que distrai

A atração que pensamos,

Que exerce sobre a maré

 

Onda,

 

Espécie de sibilina alça

ocorres no corolário temporal

alvoroço em sons maciços

Mas sem destino,

Destacam-se em espumas

Efêmeras como crepitantes

 

Onda,

 

Alínea arenosa que esmaga

Esconderijos

Pulverizando o sonho dos crustáceos

 

Onda,

 

Desatino de nitidez,

Relutante refluxo,

Segurança das  encostas,

Sucessão de  desmoronamentos certeiros,

Carteiros do mar aberto!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

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Vivaldo Lima Magalhães

 
Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

From: Vivaldo

Sent: Monday, January 03, 2005 6:23 PM
Subject: Re: Holandeses no Brasil

Fantástico!  Seu poema ilustra com perfeição e propriedade o quadro de Andreas Achenbach. Acredito que as imagens retratadas pelo artista nada têm a ver com as tsunamis asiáticas. No entanto, o conteúdo profético e atemporal de "Uma canção distante" são marcantes, e possibilita  a interpretação de que o poeta, naquele instante, foi induzido à uma visão premonitória. Há quem afirme que o acaso não existe. Há controvérsias e o questionamento é inevitável. Nem tudo é o que parece.

Abraços,

Vivaldo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Cláudio Portella

 
Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

Sent: Monday, January 03, 2005 6:23 PM



Soares,

li o seu belo poema sobre a viagem, a ida interior, para depois emegir, feito uma onda sim, mas de calor humano, de solidariedade. Foi o que eu senti ao ler seu poema, sua mãoCláudio Portella passeando sobre nossas cabeças, em afago e carinho. Sensivel!

Fui mais adiante e li a interrogação do Floriano, acerca da poesia querer contar a vida. Pound disse que os poetas são as "antenas da raça". Talvez seja por isso, não podemos dicotomizar, não podemos deixar de cantar, nosso canto interior que ressoa com a história de nossa aldeia. Devassada por um enorme onda, ou banhada de sol.

Carinhos!

Cláudio Portella

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ana Peluso

 
Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

From: Ana Peluso
Sent: Monday, January 03, 2005 2:26 AM
Subject: Re: Errata, pra variar...

Naveguemos. Até mesmo por ser possível.

Tudo é possível nesses dias de fim. Ou temos dúvida em relação ao fim? Eu não tenho. E nem acredito que ele seja geográfico. É o fim do homem, mesmo, como homem, comoAna Peluso "experimento".

Aguardar que aconteça mais do que tudo o que já aconteceu, seguir avançando na velocidade da luz, vai dar na descoberta que nos vampirizamos de outra forma. Nos fazemos mal. Esquecemos quem somos em função do que somos... aí a terra geme e dá nisso.

O Feitor imagina que eu soube que a terra tem alma?!!

Filgueras! Como não havia pensado nisso antes! Se até planta tem, pq ela - a nave mãe - não teria?

Deve estar cansada, a pobre...

Naveguemos.

As lágrimas da terra são muitas. Cabem barcos à mancheia.

Só não sei se aguentam o insustentável PESO DE SER.

Mas também não tenho a mínima certeza de que um dia entenderei porque a terra deve chorar, fazer água pra homem navegar e descobrir mais terra, e matar outro homem por causa da terra, e a terra chorar e jogar homem longe, e ele atravessar a lágrima à barco, à nado, e começar tudo de novo...

Só que tem uma coisa nesse sistema de navegação, que não confere nem a bombordo, nem a estibordo: a dor é no meio. Bem no centro, que é a própria embarcação.

Deviam abolir a dor do calendário, como quem apaga a porta e fecha a luz.

Feitor, sinto saudades.

Enviei vários e-mails, quis dar apoio à Biblioteca Cururu, mas senti o silêncio e o (a)guardei. Também ando cansada dessa outra terra navegável.

Mas por hoje é meu abraço santificado, abençoado, ungido, bento, iluminado no amor fraterno; aquele que ama pq ama, pelo amor, que é bom de sentir.

Abraço, então, bem grandão!

Ana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Edson Alves Damasceno

 
Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

 
Sent: Sunday, January 09, 2005 6:35 PM
Subject: Uma cancao distante

 

Poeta, só os escolhidos terão o reino do Céu, e você é um deles. Você Poeta, é um abençoado de Deus. Nos idos de 1996, em Salvador, Bahia, à beira do mar, você, mais uma vez, foi nomeado por Ele, para transmitir, poeticamente, a palavra divina.

Poeta,está linda a Poesia, e fatidicamente, a mãe natureza, através do mar, concretizou seu recado, recebido há oito anos: “o mar, brutalmente mar”, tudo arrasou.

Poeta, os trilhos do trem ficaram retorcidos como fios de arame. Os vagões foram jogados para longe como se brinquedos fossem, com os homens, mulheres e crianças, dentro deles.

 Poeta, já notou que nas torres gêmeas, também tinha o trem? Poeta, os trens o perseguem. E a lua de mel, Poeta, que ia ser de trem, como ficou, com toda a brabeza do mar? O mar acabou com tudo, Poeta. Lembrei-me agora do Fernando Sabino:”De tudo ficam três coisas:

A certeza de que estamos sempre buscando. A certeza de que é preciso continuar. E a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.”

Poeta, navegar é preciso, viver não é preciso (os argonautas). Navegar é possível, Poeta.

“Mesmo assim, as coisas tuas guardadas, fiel.

Lindo, Poeta, lindo, obrigado por você existir. Poeta, era a monja, no trem?  

Um abraço do amigo e leitor nº 1.

Edson 


Notas do editor:

  • Link para as torres gêmeas, basta clicar]

  • A monja? É personagem de Salomão, de Soares Feitosa, paixão de Edson (de SF também.) Edson diz que é a jovem recostada na coluna da direita, clique aqui

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Abílio Terra Júnior

 
Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

 
From: marpolle
Sent: Sunday, January 09, 2005 6:35 PM
Subject: Uma cancao distante - no Word.

Uma canção distante

Poeta Soares Feitosa,

“Uma canção distante”, um belo poema que nos fala de uma viagem, uma viagem inatingível, pois sua paisagem poderá ser verde, como em um sonho de amor, e toda uma vida se passa, a só restar o silencio.Abílio Terra Junior

Mas esta canção e esta viagem persistem, teimosas, em uma memória perdida em que as coisas da amada continuam guardadas, mesmo que todos os contratempos surjam, tempestuosos, destruidores, em que ate as jangadas naufragam, e o mar transforma-se, brutal.

Navegar e possível para o poeta, pois ele navega nas asas do seu sonho e da sua imaginação.

Um grande abraço,

Abílio Terra Junior

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Floriano Martins

 
Um cronômetro para piscinas

 

 

 

 

 

 

 

 

From: florianomartins@rapix.com.br

From: "Floriano Martins" <florianomartins@rapix.com.br>

Sent: Monday, January 03, 2005 2:29 PM

Homi:

Mas por que a arte quer tanto ser identificada com aFloriano Martins realidade? Por que o artista se interessa tanto por ser um cronista, ainda que de acontecimentos futuros? E por que mil diabos tamanha dificuldade em prever o presente? Tinhas razão e logo te desfizeste da medonha: o poema nada tem a ver com o tsumani. O poema é mais amplo e não se esgota em uma tragédia localizada. Mas por que cargas d'água o artista quer sempre ser identificado com alguma tragédia? Qual a metragem, o diâmetro do balaio de culpas que leva pregado na corcunda? 

E o poema, puxa vida, tão bonito!

Abraxas

Floriano Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

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Wilson Martins