Souza Santos


 

Caro Feitosa,

Pq. era carnaval, e já estava cheio de V. Rao e das teorias evolutivas do jurisdice, abri o bichinho pra arejar um pouco o espaço pensante, pimplou e vi que tinha uma mensagem, fui lá, era  vc me dizendo ser agora proprietário, latifundiário, locador e dono do BNH.

Moço, que poemaço!

Aposto que foi desses que saiu assim de rompante. Sentou, quando viu ´tava feito, que ninguém amadurece um texto desses assim no peito, se não papoca.

Souza Santos

Ruth de Paula


 

 

Vejo que o poeta se coloca no poema por inteiro, (ou é o poema que se coloca por inteiro no poeta?) todos os seus sentidos estão juntinhos ali, embora ele os coloque esquartejados; nem sei se  'esquartejados' caberia para decifrar a profunda organização dos seus sentidos naquele momento. De fato, um momento de calmaria, tipo depois que os lobos têm a garantia da presa e ficam com ela entre os dentes sem se preocupar com as surpresas do tempo. Esses momentos nos dão um misto de fragilidade e força. No primeiro, nossos corpos são um não sei o que que pode ter só  olhos ou só bocas, ou até mesmo morar entre os próprios dentes!

Levitamos, é bem verdade e talvez seja essa a suposta fragilidade. Suposta afirmo, posto que também nessas horas somos um amontoado só, nossos sentidos de tão unidos se confundem, o que é  olho "sente" o gosto da pele do outro, enquanto que a boca pode silenciar e "ouve"; o ouvido, de ser tão sensorial, fala; e as mãos, de tanto sentirem, vêem a alma sobre o corpo nu. Transcendemos!

Ruth

ruth@ivia.com.br

 

Carmen Beltrão


 

SF,

Desconfio que sabes bem onde moras, dentro de teus dentes, nos canários, regaço-mãe, cavilha funda, ou mãos profundas que averiguam a noite que deita sobre o teu amor inerme (nem tanto porque vigias o portal de seus sonhos)....

Bem, como eu ia dizendo, desconfio que sabes que habitas em todo e nenhum lugar, a não ser nesse cometa-pensamento que te rasga o céu flamejante da poesia....que, curioso, vem através de tuas mãos,aconchego carinhoso que transborda o teu amor, trazida no dorso dos teus pássaros-viagens, forjada no teu peito infante e homem sob o adubo generoso do regaço materno que um dia incorporaste.... 

É, meu amigo, desconfio que desconfias que de par com a poesia, voa, irremediável, tua alma.... Melhor para todos nós, que de lambuja, sorvemos o encanto que te liberta.

Carmen Beltrão

aynis@hotmail.com

 

 

 

 

 

Joaquim Alves


Soares Feitosa, Poeta,

Habitação:

Simplesmente fabuloso. No sentido de nos deixar extasiados, com olhos nos tijolos, na areia, na pedra. A primeira vez que o li, fiquei mudo. 

 E, não sei porque, deu-me uma grande vontade de escrever. POEMAS, claro!

Joaquim Alves, Lisboa.

 

 

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Página de Joaquim Alves

 

 

João de Deus Souto Filho


 

O Habitar desta poesia, que é carne, que é sangue pulsante, ocupa todos os pontos cardeais, ultrapassa terceiras intenções, avança e se nutre das vísceras do poeta, que bota para fora a heureca de todos nós, viajantes, queJoão de Deus Souto Filho teimamos em ir e vir por entre sonhos e parlendas. 

O Habitar desta poesia não pede licença, invade alma e mostra a cara do poeta, as linhas da sua mão que nele se transmutam, e volta a ele, e volta à mão, que se faz mãe sem medo, que afaga o seu rebento no seio materno, que canta o seu rebento como canário. 

O Habitar desta poesia é a mulher que se apresenta em cada um de nós, que nos habita, seja como a mãe de outras eras, seja como a virgem que se banha nas nossas lagoas (quantas lagoas temos em nós ?). 

O Habitar desta poesia merece a reverência do poeta. Um grande abraço. 

 

 

 

Vanda Catarina P Donádio


 
 

SF, 

impossível não habitar teu peito firmamento; um grande abraço estelar...

Vanda Donádio  

 

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Página de Vanda Donádio

 

 

Iuri Dantas


 

Meu caro SF:

Antes de deitar a mão com os comentários a respeito de Habitação, pergunto-lhe algo que aflige a toda minha geração de recém-formados e ainda estudantes em comunicação: Será mesmo o diploma uma tortura necessária? Você que sentiu toda a comunicação brotar do cotidiano ao invés dos livros de Umberto Eco deve ter a resposta. Aguardo por aqui.

Quanto à poesia, bem, todo poeta precisa de um conflito. O de querer se encontrar, tanto no macro deste universo que habitamos, quanto no micro de toda a carne que envolve este espírito inquieto, me parece ser a batalha travada em Habitação. 

Decerto que o verso precisa cantar por si só. E consigo ver isso. Cada frase desperta de nossa inconsciência. Cada palavra é recortada de um corolário de dúvidas que "habita" o questionamento que lhe é intrínseco. 

Interrompo a rotina de meu dia para apreciar esta jóia. Muito há o que se discutir e tentar descobrir nas entrelinhas de que se utiliza. O questionamento de saber até que ponto uma palavra é ou não metafórica me persegue durante toda a leitura do poema. A cada verso o debate entre lógica e a poesia em essência permanece e se aprofunda à medida que o tempo corre e os olhos param em algum vocábulo específico.

Dentes

Mãos

Grande parte de minha influência vem de Mário Quintana, o velho bagual de Alegrete, e todo o surrealismo de encontrar moedinhas perdidas e descobrir a poesia em trechos de notícia ainda me acompanha. Mas o seu escrever me aparece como uma busca inconsciente pela insatisfação e a dúvida. 

Não será neste espaço e nem mesmo na conjuntura "tempo" em que me encontro agora que conseguirei explicar a profundidade de tal grafia em minha alma. Uma pausa profícua. Preciso refletir e deixar meus pensamentos ao sabor da brisa de novas considerações. Permanecerei em contato, mas volto a esse assunto daqui a algum tempo.

Por ora interrompo. Um grande abraço e um brinde às histórias que ainda não foram escritas.

Iuri Dantas

 

 

 

Ernâni Getirana


 

E depois dizem que as palavras são para ser... ditas. Pode ser. Mas, certamente, para ser ditas do modo que a vida é feita e parida. EMPATIA PURA. É o que esse poema provoca na gente. A capacidade que SF tem de burilar as palavras sem arranhar-lhes as entranhas, mas, ao contrário, preservando a docilidade de cada uma delas, com seu travo próprio, sua maciez específica, sua casa-idéia metafórica, isso é o que é. 

Elas, as palavras, essas bichinhas arrebanhadas por SF, nesse jeito todo seu de nordestinizá-las, alinhavando-as com benzeduras, coisas do agrado do polígono, ( secamente e ainda belo ) lugar-alfabético onde o poema de SF ganha vôo usando as correntes ascendentes da sensibilidade. 

HABITAÇÃO: Homem-tatu, caracol, metalinguagem esgueirando-se por entre as frestas da poesia, ela também, casa dos deuses e, na verdade, casa de qualquer homem que ousa debruçar-se sobre si mesmo nessa casa-planeta que habitamos todos nós, filhos da palavra, habitação da esperança.

Ernâni


 

 

Stela Fonseca


Feitosa, poeta amigo, meu amor (permita-me a ênfase). 

Depois de PSI a Penúltima que me deixou mais de uma semana em estado de êxtase, nadando, vivendo e gestando Stela Fonsecaentre as palavras e o cheiro da imburana, eu não poderia supor que outro poema seu, ou de qualquer outro poeta, tocasse tão profundamente minha alma. Enganei-me, Você não é apenas poeta, é um mago, um iluminado, um enviado do reino das palavras do qual pouquíssimos descendem. Um reino tão especial e inacessível que nem os iluminados que o representam, sabem que ele existe. Penso que, por segundos, as palavras-luz do reino habitam o iluminado e se fazem em algo que transcende o poema.

Fiquei cerca de duas horas ( e continuo) sorvendo cada palavra (rica em significados... que dom você tem amigo!) da sua HABITAÇÃO, cada som, cada mistério, cada símbolo, cada sensação. Deixei-me envolver pelo invisível e transcendente porque, meu poeta, a análise da sua Habitação como obra poética, a mais bela que já li, cabe a outros iluminados. A mim basta deixar-me encantar, deixar-me tomar inteira pela força, grandiosidade e beleza desse indizível encontro entre o Amor e o Amor, parido pelo homem que guarda auroras.

Stela

 

 

 

Silvana Rossi


Meu Deus, fiquei quase sem respirar durante a leitura. Me sinto pequena diante da força que estas palavras expressam, não sei se estou preparada para sentir tanto.

Abraço 
 

Silvana - rextoto@mandic.com.br

 

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Página de Silvana Rossi

 

 

Bárbara Jô


 

Estava passando pelo JP e fui ler Habitação. Pensei já tê-lo lido, mas não sei porque me pareceu tão novo... tão profundo como os mares nunca dantes (com o perdão do lugar comum - confuso?). Bem, fui lendo-lendo e de ir-indo tanto fui gostando.

Identifiquei-me em cada linha, cada palavra e inda mais nos olhos que anos a fio também moro neles. e não precisam reformas! E  cheguei ao trecho (porque cargas d'água todos teu poemas dizem coisas????). O trecho: 
 

"clamassem os dentes, 
clamassem as mãos, clamassem as oiças, 
a pele também clamasse — qual nada! — 
haveria de engolfá-la só com os olhos — 
anos a fio moro neles."

 

Identifiquei-me em cada linha, cada palavra e inda mais nos olhos que anos a fio também moro neles. e não precisam reformas! E  cheguei ao trecho (porque cargas d'água todos teu poemas dizem coisas????). O trecho: 
 

"desta vez 
“mulher”, 
sou tua “mãe”.

Pousa, amor, 
te esbalda na cavilha deste peito-pulso 
que pulso de pulsar te estremece: 
teus dentes, tua-inteira, toda-tua, 
tua cara, teus cabelos, tua pele — tudo — e alma; 
deixa-te cair neste infinito-agora. "

         Fiquei zonza. Que tens de bruxo? 
 
"E se dormires 
recobrirei respeitosamente a tua nudez, 
que é só tua —
pausadamente, pousa 
o hálito 
na cavilha deste peito largo: 

dorme, amor, 
sossega, 

da 
tua 
nudez — sossega —
que da aurora, 
vigilante 
eu tomo conta."

 

Sinto falta do tempo futuro — do dia que virá, do Menino, de Ésquilo — será que ainda virá? Preciso sossegar minha nudez, preciso entregar minha alma, SF,  sem medo, nas mãos que a saberão vigiar.

Sei que sinto saudades de mim.

Babi

 

 

 

Luiz Nogueira Barros


 

Nunca ouvi dizer que poeta morasse em lugar nenhum, que são todos uns loucos-andarilhos. Conheci um, Christiano Fernandes, que improvisava a tenda numa sombra. 

E agora esse outro louco, o Soares Feitosa, vem comLuiz Nogueira Barros essa história de habitar. E depois com essa outra história de respeitar e cobrir a nudez da amada, e tomar conta da vigilante aurora. 

Por amor inventam tudo. Até descobrem um lado feminino, contanto que agradem à amada. Uns ladinos conquistadores, esses poetas. Com plumas e curvas criam abismos, ninhos, para o amor.

E agora esse outro poeta louco que tanto amo, o Soares Feitosa, resolvendo aninhar-se como se não fosse o maior dos andarilhos e amantes que conheço, e bom cabrito do Siarah...

Luiz Nogueira

 

 

 

Lígia Neves


 

Soares,

Incrível! Como comentas tão bem da mulher e protege-a de suas inseguranças, contudo desta vez surpreendeu-me ao descrever os animais com tanta imaginação e criatividade espontânea. Parabéns.

A habitação conjuga-se no tempo de estarmos diante da mãe-mulher e conscientizarmos do que é necessário de um respeito formal.

abraço,

Ligia

 

 

 

 

Antônio Massa


 

Mestre Feitosa, Antônio Massa

poema imenso de lindo. Ainda não consegui parar de ler. Passei toda a noite assim com os beiços tremendo e o coração palpitando.

Antônio

 

 

 

  

Mª Conceição Carneiro Oliveira

[Frô]


 

Ave! Soares!

Que maravilha de ritmos que imprimiste neste percurso que meus olhos não cansam de viajar.

Que horizontes ofereces a eles, que gratos, agradecem!

beijos

Frô
 

 

 

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