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Érica Alcântara

alcantaraaraujo@hotmail.com

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


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Álvaro Pecheco

 

Florisvaldo Mattos

 

 

 

 

 

 

 

Rubens Sanzio de Turbino, Transfiguração, detalhe

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Érica Alcântara


 

Nadificação do ser

Nada pensar

Nada querer

Mata eu, ego profundo

Sê livre,

Até mesmo da busca

Sê livre de liberdade

De escudos, correntes

Nada, tudo

Uno, múltiplos

Som único

Silêncio absurdo.


 

 

 

Tanta gente no mundo

Tantas almas lançadas a esmo

Tantos deuses secretos

Tantos deuses únicos

Tanta unicidade pluralística

Tanto de tudo

Tudo de tanto...


 

 

Estou lançada no mundo

Alheia, dispersa

Fragmentos refletidos

Nada tem, nada são

Estou lançada no mundo

Observatório complexo

Ecos refratários

Todos concretos,

Estou lançada no mundo

E o tempo a voa

E o tempo a toa

E eu mesma ressoa...


 

 

Sabiá sabia cantar

Pensou por um tempo

Passou mais um tempo

O tempo já ia

E sabiá nem pia.


 

 

Trancar com grades de ferro

A liberdade da casa própria

Todo mundo quer

Casa, comida, prazer.

Trancar na cabeça o pensar

Quem cala, consciente?

Todo mundo vestido

A nudez encoberta

Das vergonhas já reveladas

A hora não dita do tempo que passa

As idéias moventes

De tudo, de nada


 

 

Caleidoscópio

Calei

Dos...

Copio

Copiou?


 

 

Passar pela vida em vão

Pelo vão que a vida oferta

Pelo pão que nasce da terra

Passar pela vida sem sabe-lo

Se é vida, se é morte.

Se todo broto

Nasce, cresce e morre.


 

 

Por entre pedras coladas

Os edifícios

Tantas palavras

Perdidas de seu réu

Tantos acusados

Perfeito (e) bandidos

Tudo emaranhado

O dia trancando o verbo

Minha necessidade verborrágica

Pode romper as paredes

E desaguar

Meu tempo de silêncio

Parece criar mofo na língua

Fumaça, concreto, buzina

Quanto tempo sobra pra ser tu

Nós que temos sido só isso?

 

 

 

Arranco as máscaras

Não sou perfeita

Sou carne e osso

E quando morrer...

Apenas fermento pra terra comer.

Fui vista nua,

Meus defeitos à mostra em meio à sangria

Meus exércitos, todos, faliram

Armas ao chão.

Não quero mais ir a Passargada

Bebemorar Drummond em seu centenário

Quero ficar em casa exorcizando minha histeria

Minha sede por dentro

De tanto ar, de tanto mar

Estou sufocando

Abram as janelas!!!

Sou aquela que não tem amor,

Aquela que não tampou a ferida

Que não fingiu sua dor

Quero, antes, matar no corpo

Todos os desejos da alma

Corrompida.

Abram as janelas, estamos parados dentro da caverna.


 

 

Horas falidas

Caíram no vão da vida

O ar me entorpece

As pessoas me trazem cansaço

A palavra perdeu-se

Solitária

Consumiu o verbo e pecou com imagens...


 

 

Estou enxergando os homens

como eles são...

pele, ossos e receios.


 

 

Quanto vale o homem que ria?

O paletó no cabide

No bolso cardíaco

Lenço guardado

Fios trançados...

Quanto vale os risos trancados?

À cabeceira

Fotos antigas

Amareladas pelo com passo

(que passado!!!).

No tempo anterior que o riso valia

Mais que os trapos

Todos largados

Pelo homem que ria.

 

 

Hélio Pólvora

 

Artur Eduardo Benevides

 

 

 

 

 

 

 

 

 

29/10/2005