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Um esboço de Leonardo da Vinci, página do editor

 

 

Alice Spíndola

 

Poesia:

Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna: 


Alguma notícia da autora:

Alice Spíndola nasceu Nova Ponte, MG. Reside em Goiânia, GO. Letras Anglo-Germânicas pela Universidade Católica de Goiás. Poeta, contista, tradutora e artista plástica. Prêmio Nacional Jorge Fernandes, Rio de Janeiro e Prêmio Auta de Souza, Rio Grande do Norte.

Bibliografia: Fio do labirinto, 1996, de poesia, editora Kelps;  A chave de Vidro, contos, Editora Kelps: 2001; Na essência da palavra inteligente, Editora Kelps, homenagem a Ascendino Leite; O loire — poema fluvial da França, 2006, que recebeu a Medalha Henri Bernier, da União Brasileira de Escritores.    

 

   
 
Culpa

 

William Blake, Death on a Pale Horse

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

 

 

 

Alice Spíndola

 

 


 

A chave

 

No meio da noite, configura
a fragrância das palavras mágicas
Na chave da noite, a ternura,
pluma que verte enigmas

Nas mãos do tempo,
o arado que rasga os mistérios
do sentimento que define
O homem da meia noite,

em seu caminho de volta
que faz

ao adentrar a meia lua
das unhas dos enigmas.
A mão da noite destrava a chave
da fragrância das palavras mágicas

 

 

 

SEMPRE BUSCANDO A CANÇÃO ESQUECIDA

 

No frêmito da ventura,

         a fuga e o retorno da imagem

                   do pequeno barco.

Imagem — fonte e oráculo —

                   mergulhada na insularidade

do mar de gestos e de palavras.

 

Com a alma seqüestrada

                   pela beleza do rio

e pelo rumor de suas águas,

o menino procura a canção esquecida.

 

         Menino parisiense voga nas milhas do sol.  

 

 

 

ÁGUAS-MILAGRES

 

Ouve, meu rio,

         o homem persegue, há séculos,

o mistério das águas.

Quentes? Vulcânicas? Águas de gelo?

 

Bacias hidrográficas

                   honram a nossa França,

         aguardam a História,

     indo atrás dos rastros

das míticas

e místicas paragens de sua trajetória.

 

Primitivo tempo das caçadas...

Interior das florestas detém a teimosia

                   de homens e condados.

Represas de águas claras

                   e mananciais subterrâneos

             salvam a pauta das memórias

      das águas-milagres,

no desafio de reter a sinfonia dos rios.

 

Vazantes, abraçadas pelo mar,

                   sangram o arco-íris,

código das cores

                   dos frutos maduros.

 

Folhagens estampam o escuroverde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

24.12.2008