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Aleilton Fonseca



Sentença de Vida

 

A Tarde, Salvador, Bahia, Brasil

09 de abril de 2005

 


 

Escrever é cumprir uma sentença de vida. Só vale a pena se for uma vocação irresistível, daquelas que nem querendo se pode abandonar. Tarefa árdua, seu exercício toma muito tempo, projeta sonhos e expectativas que nem sempre atingem resultados compensadores, seja pelas limitações individuais, seja pelas dificuldades de se conseguir ser editado e lido,” assegura o escritor Aleilton Fonseca, que toma posse no próximo dia 15, às 21 horas, na cadeira de número 20 da Academia de Letras da Bahia (ALB).

“Minha entrada para a ALB tem dois sentidos. Um é pessoal, pois significa minha realização como escritor e o reconhecimento de meu trabalho com a literatura. O outro é coletivo, pois represento a nova geração de escritores baianos, a chamada geração 80, que começa a chegar à instituição. A eleição também amplia minhas atividades de ficcionista, ensaísta e professor, uma vez que a entrada para a academia não só gera prestígio como também aumenta a minha responsabilidade como produtor de cultura”, afirma o novo imortal, que será saudado pelo poeta Ruy Espinheira Filho.

Eleito no dia 15 de agosto do ano passado para a vaga ocupada anteriormente pelo jornalista Joaquim Alves da Cruz Rios, Aleilton Fonseca destaca, ainda, que sua ida para a ALB está em consonância com seu projeto de vida. “Escolhi a literatura como sentido da minha vida. Aos 19 anos decidi que a literatura seria minha única ocupação, como professor, estudioso e autor. Costumo dizer que trabalho todos os dias e o dia todo pela literatura”, reitera.

O NOVO ACADÊMICO - cuja obra é comentada nesta edição -nasceu em 21 de julho de 1959, em Itamirim, hoje Firmino Alves, passou a infância e a adolescência em Ilhéus e Uruçuca e reside em Salvador desde 1996. Graduado em Letras pela Ufba, em 1982, com mestrado pela UFPB e doutorado em Literatura Brasileira pela USP, atualmente é professor titular de Literatura Brasileira na graduação e no mestrado em Literatura e Diversidade Cultural, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Foi professor convidado da Université d’Artois, França, em 2003.

Fonseca também desenvolve atividades na área editorial, sendo fundador e co-editor da revista literária Iararana e co-editor da revista universitária Légua & Meia, da Uefs. Como ensaísta e ficcionista é colaborador de diversas revistas e suplementos de jornais do Brasil e do exterior. Foi um dos três vencedores do concurso Prêmios Culturais de Literatura da Fundação Cultural da Bahia, em 1996, com o livro Jaú dos Bois, ganhou o Prêmio Nacional de Literatura Brasileira Luis Cotrim – Gênero ficção, da Academia de Letras de Jequié, em 1998 – e recebeu o Prêmio Nacional Herberto Sales/Contos, da ALB, em 2001, com o livro O canto de Alvorada, que já teve duas edições pela editora José Olympio (2003/2004).

É autor dos livros Movimento de Sondagem (1981), O espelho da consciência (1984), Teoria particular (mas nem tanto) do poema, 1994 (poesia), Oitenta: poesia e prosa, 1996 (poesia e ficção), Jaú dos Bois e outros contos, 1997 (ficção), Rotas e Imagens: Literatura e outras viagens, 2000 (ensaios), O desterro dos mortos, 2001 (contos), O canto de Alvorada, 2003 (ficção), O Triunfo de Sosígenes Costa; Estudos, depoimentos e antologia, 2004, entre outros. Participou das antologias A Poesia baiana no século XX, publicada pela editora Imago, em 1999, e organizada por Assis Brasil, e de O conto em vinte e cinco baianos, da Editus, publicada em 2000 e organizada por Cyro de Mattos.

 

 

 

 

 

 

23.11.2007