Luiz Carlos Amorim

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    OS MENINOS
             Luiz Carlos Amorim

    Outra vez menino,
    aprendo engatinhares,
    vou vivendo novas vidas,
    sorrindo novos sorrisos,
    sentindo mais emoções.

    Menino de novo,
    divido tantos e tantos sonhos,
    aprendo novos amares,
    descubro luz nos caminhos
    e vejo a força do amor.

    Menino que sou,
    olhos sem vendas, coração criança,
    ainda vejo a natureza,
    vejo cores, vejo luzes,
    apesar do abandono
    do homem à própria vida.

    O mundo precisa de muitos,
    muitos e muitos meninos
    para ensinarem aos homens
    a salvar a natureza...

     
     
        TODAS AS CRIANÇAS

                  Luiz Carlos Amorim

    Tenho pequenos sorrisos grandes,
    saudáveis, perfeitos, felizes,
    inspiração maior dos meus versos,
    motivos do meu viver.

    Tenho pequenos abraços grandes,
    apertados, singelos, vivazes,
    cálices transbordantes
    de carinho e de alegria.

    Tenho pequenos beijos grandes,
    lambuzados, melados, molhados,
    expressão maior do amor
    que tenho prá dividir.

    E os sorrisos presos nos lábios?
    E os abraços não dados?
    E os beijos sem endereço?
    Quanto amor desperdiçado...
    Tanto amor abandonado...
     

    CANÇÃO DA ESPERANÇA

            Luiz Carlos Amorim

    É chegada a esperança.
    Não abstrata: concreta,
    com corpo, alma, coração,
    com olhos azuis, tão brilhantes,
    trazendo a luz, tão sonhada,
    o raio de sol cor-de-rosa
    prá iluminar meus caminhos

    É chegada Fernanda,
    o futuro aqui, agora,
    a esperança esperada,
    meu pedaço que faltava.

    Vem com Fernanda a vida,
    alento, felicidade, poesia,
    que brotam das mãos pequeninas
    e faíscam dos olhos de luz.

    Toda ternura guardada
    jorra, agora, destas mãos,
    ávidas, desajeitadas,
    num carinho demorado
    à cabeleira sedosa
    negra negra, de Fernanda.

    É chegada a esperança,
    é chegada com Fernanda,
    no grito forte de vida,
    na luz azul dos seus olhos,
    nas suas mãos diminutas,
    a minha poeisa-menina...
     
      

         CANÇÃ0 DA VIDA

                  Luiz Carlos Amorim

    E a vida se multiplica:
    nos pequenos olhos grandes,
    cinzentos e luminosos,
    nos tantos cabelos pretos,
    tão macios e brilhantes,
    nas pernas, braços e boca,
    impacientes, travessos.

    É Daniela que chega
    e traz mais vida prá gente.
    Vida no choro sonoro
    e no sorriso aprendiz.
    No sono tranquilo e sereno,
    um acalanto de paz.
    Sê benvinda, Daniela.

    E o amor se multiplica,
    ao invés de dividir-se...
     
      

            CHAMA

                  Luiz Carlos Amorim

    Um menino
    cruzou o meu caminho.
    Despido de tudo,
    até quase de vida,
    restava-lhe, apenas,
    no fundo dos olhos,
    uma chama pequena,
    quase apagada,
    de pura inocência.
    Dei-lhe um sorriso,
    velho e surrado,
    de esmola
    e fui procurar
    a minha chama
    perdida...

      

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