Zanoto

 

 


O poeta Zanoto edita
Diversos Caminhos,
às quartas-feiras, no jornal
Correio do Sul, Varginha, MG 
    O Retrato 
     

    Era uma destas noites perfumadas 
    tépidas, serenas, de estrelas, 
    em que a saudade nos leva 
                           a procurar retratos, 
    a escutar de perto 
    a velha história de sonhos. 

    Demorei-me longamente nesses devaneios, 
    em contemplações, 
    em fantasias, 
    pronunciando baixinho um nome, 
    completamente seduzido 
                           pelo encanto da noite. 

    Havia beleza e poesia 
                           nas estrelas e no luar. 
    Lembranças longínquas, sombras do tempo, 
    o luar batendo em cheio em meus olhos, 
    e eu recordando... 
    O retrato deslumbrava 
    e saudade um desespero resplandesecente.

 
Um dia
Um dia 
Maria das Dores 
chorou muito. 
Então amanhece. 
Ela precisava apenas 
de alguns dedos de amor. 
E o amor chegou. 
Maria das Dores 
nunca mais chorou.
 
 
Sem rumo
Noites e noites,noites inteiras,andei pela solidão;nos bancos da praça,com os olhos fitos no céu,a esperança consumida nas sombrasem procura sem rumo,trazendo na memóriateu bonito semblante,e na alma amarga decepção.
 
Eu via a mulher sorrindo,
e muito depois do sol
desaparecer no horizonte,
sem entender,
eu vi a mulher corando
 

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