Xavier de Carvalho


Flores do palco

Quando ela os braços, em feitiços, alça Em forma de arco se mexendo toda Numa alegria franca, nada falsa, Em risadas e oulos, semi-douda; Ou mais ainda quando, em sons de valsa, Ela ergue as saias como exige a moda Para mostrar a rendilhada calça Que sob a renda as coxas lhe acomoda; Tremente de volúpia todo o povo, Que assim a vê, obriga-a ali de novo A cantar e a dançar de novo a obriga... E ela acede... e, em maior desenvoltura, Redobra de furor mostrando a altura onde nas coxas ela aperta a liga!

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