Tristão da Cunha


Itervm...

Há muito tempo já que eu vou perdendo Os sonhos, um a um, pelo caminho: — Sangue dum anho ingênuo, cor de arminho, De calvário em calvário perecendo... No alto dum monte, a luz que eu ia vendo, Diante de mim cantando como um ninho, Fria beijou-me o rubro desalinho, E atrás de mim no escuro foi descendo. Hoje os olhos se voltam como preces Para as memórias, em que há luas mortas, E tu, morta, que morta não pareces! Sobre esta alma de dúvida e agonias Caia a luz desses olhos, dessas portas Onde esperam o sol as almas frias...


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