Marcelo Tápia
pedreira
para Paulo Leminski
						o tempo pós
						o fez diverso: 
						pedra
						eterna, fixa
						dura, pesada
						imóvel, muda
						cega, surda
						mas perene
						sólida
						como sua vida
						poesia pura do tempo
						pedra-chama
						teimando eternamente
						como alma consistente
						ascensão e queda
						no centro do lago
						no mais profundo
						no mais escuro
						no redemunho
						no furo
						no fio
						o fim
						do fio
						do furo
						do redemunho
						do mais escuro
						do mais profundo
						ao centro do lago 
						iôiô
						acima sem saída
						até as margens sem alcance
						na descida a ilusão de ascender
						aos céus
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