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Página atualizada em 10.07.2000
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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
Biobibliografia
Poesia
  1. Seqüência
  2. Vitória
  3. Nudez impossível
  4. Tempo
  5. Estatuária
Fortuna crítica 
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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
Nasceu em Fortaleza, em 2/1/ 46. Ali formou-se em Medicina em 1970. Reside em São Paulo desde 1970, onde exerce a clínica psicanalítica. Foi professor e supervisor do Curso Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae (São Paulo), entre 1981 e 1991. Atualmente é Membro do Departamento de Psicanálise daquele Instituto.
Em 1988 recebeu menção honrosa no Concurso de Contos do Paraná, com o livro O DÉCIMO DIA E OUTROS CONTOS. 
Acrescido de outros contos, muitos deles publicados no suplemento “Cultura” do jornal “O  Estado de São Paulo”, este livro foi publicado pela Editora Imago (Rio de Janeiro) em 1992, sob o título MERGULHADOR DE ACAPULCO e está listado na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Library of Congress). Recebeu boas resenhas em vários periódicos (vide fortuna crítica), entre elas a da revista COLÓQUIO-LETRAS  da Fundação Calouste Goubenkian, de Lisboa.
Foi incluído na antologia de literatura brasileira FRAN URSKOG  TILL MEGASTAD,  organizada por Arne Lundgren e publicada na Suécia, em 1994, assim como nas antologias O TALENTO CEARENSE EM CONTO (Maltese, 1994) e BRASIL – RECEITAS DE CRIAR E COZINHAR (Bertrand – 1998).
Fez parte da primeira equipe da revista VEJA, em 1968. Colaborou nos jornais “Folha de São Paulo”, “O Estado de São Paulo” e “jornal da tarde”, além de publicações na área psi.
Foi convidado para o programa “O Escritor nas Bibliotecas”, da Secretaria Municipal de Cultura, nos anos 1993/4 e 1995/6, com depoimentos registrados em publicação do mesmo nome.
Fez palestras e oficinas literárias na Casa Mário de Andrade e na Biblioteca Mário de Andrade.
Escreve atualmente uma coluna de psicanálise na revista eletrônica PSYCHIATRY ON LINE – BRAZIL (http://www.epm.br/polbr)
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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
                                 SEQÜÊNCIA

                                 O
                                 Antes
                                 dura
                                 muito mais que o
                                 Durante,
                                 que é tão
                                 fugaz. 
                                 O
                                 Depois
                                 se desdobra imenso e espectral até as
                                 planuras 
                                 nulas
                                 do
                                 Nada.
                                 O

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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
                                 VITÓRIA
 

                                 I

                                 A
                                 tudo muda
                                 (fico mudo)
                                 cala e
                                 fal(h)a
                                 marca e fere.
                                 Rema feroz,
                                 o tempo.
                                 Corre e foge
                                 calamitosa ventania
                                 siroco simum.
                                 Mas falo, assim
                                 fico.

                                 II

                                 Potente domo
                                 o tempo.
                                 Dele fiz
                                 pote milenar
                                 cerâmica arcaica
                                 arqueologia
                                 aramáica
                                 frívolo potin
                                 aprisionado diabolô.

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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
                                 NUDEZ IMPOSSÍVEL
 
 

                             Quando cai a
                                                 carapaça

                             Enfia-se a
                                                                        carapuça
 

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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
                                 TEMPO
 
 

                                 tudo passa
                                 tudo fica
                                 passa e fica
                                 pacifica

                                 passa e figo
                                 cristalizado

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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
                                    ESTATUÁRIA
 
 

                                    parecemos
                                    perecíveis monumentos de carne,
                                    mementos de uma memória
                                                                                   esquecida

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Sérgio Telles
setelles@uol.com.br
FORTUNA CRITICA

1) Marçal Aquino em “Jornal da Tarde” (xerox anexo)

2) Lênia Márcia Mongelli (professora-titular de Literatura Portuguesa na USP) em “COLÓQUIO-LETRAS” - Lisboa (xerox anexo)

3) “Seus contos (Mergulhador de Acapulco) têm um padrão de qualidade invejável e não dá para dizer de qual ou de quais gostei mais - todos são melhores. Você é um escritor malicioso (no bom sentido), começa sorrateiro, como quem está apenas ciscando, e quando do leitor percebe está enredado, envolvido e aceso. Essa é uma técnica que não se aprende. Quem a intui é escritor”.
                                J.J.Veiga - escritor

4) "Sérgio Telles nasceu em 1946, em Fortaleza, Ceará, onde estudou Medicina na Universidade Federal. Desde 1970, reside em São Paulo, onde se formou em psicanálise e dirige um Grupo de Trabalho no Instituto Sedes Sapientiae desde 1980. Ele retrata antes de mais nada a classe média urbana, vislumbrada em bares, locais de diversão ou em sua vida doméstica. Com frequência seus contos abordam casamentos desgastados pela rotina, relacionamentos frágeis que mal se sustentam ou então pessoas vítimas de doenças, estresse ou acidentes de trânsito. Habilmente capta a gíria dos estudantes assim como a dos profissionais liberais, uma classe privilegiada que pode viajar até Argentina ou Europa para ali passar até seis meses, enquanto a grande maioria de brasileiros está lutando na faina cotidiana para sobreviver. Essa classe frequentemente fica entediada com a mesmice da rotina do expediente nas manhãs chuvosas  e frias de São Paulo.
Este é, em outras palavras, aproximadamente o mesmo "milieu" retratado por Mário de Andrade em sua obra, mas aqui apresentado quase sempre sobre um fundo ainda mais sombrio, especialmente quando se refere ao tempo da ditadura. Por exemplo, no conto intitulado O DÉCIMO DIA  entramos num centro de tortura, surpreendendo seus variáveis “regimes de trabalho”, quando os torturadores se alternam em comportamentos ora brutais, ora amáveis, ora  burocráticos. Tudo é direto e impiedoso, homens sacrificados como ovelhas, segundo um torturador, justamente para “pagar algum mal que cometeram em outras encarnações, outras vidas”.  O mesmo castigo espera, presume-se, os próprios torturadores em sua descendência." -    Arne Lundgren -  trecho de apresentação da antologia publicada na Suécia – Fran Urskog till Megastad - (xerox anexo)

5) Nilza Amaral (escritora)- O Escritor - (xerox anexo)

6) orelha do livro de Cláudio Willer (escritor)(xerox anexo)

7) contracapa do livro de Marcos Rey (escritor)(xerox anexo)

8) “Gostei imensamente de  MERGULHADOR DE ACAPULCO... e é  sempre mais fácil e mais agradável quando a leitura é a gosto! Passei 2 dias lendo, sorrindo, concordando e apreciando, tanto a forma que Sergio Telles adota quanto o conteúdo/temática.  Acho  que isso se deve mais à sua mestria como  ficcionista  e  também,  em grau menor, ao fato de eu, o leitor, poder me identificar  certinho com a classe e a  geração  que  o autor  tão  habilmente  retrata, aliás, recria, fotografa por dentro pois seus contos, embora produzam uma ambiência notável, externo, palpável, são mais  "flagras" psicológicos - e a sondagem - a seu crédito, pois não é  fácil  - nada diminui qdo. narrada na 3a. pessoa, também.
         As narrativas de Sérgio Telles, para mim,  são  "tradicionais"  no  "bom" sentido da palavra: enxutas, extremamente críveis, polidas;  chegam ao âmago, captando a natureza humana, particularmente o  lado fraco, vulnerável da gente. São sofisticadas - como convém  a  um elenco pequeno-burguês (paulistano), lidam bem demais com a  ironia e o suspense, o desfecho inesperado; com o "flash", cujo  toque de contraste frequentemente não resulta contrário (exceto, é claro, cronologicamente) e sim paralelo aos eventos do momento.  Seu estilo, para resumir, muito me lembra o de Lygia Fagundes Telles, outra  perfeccionista.
         Só lamento que não tivesse conhecimento  anterior de sua contística pois teria gostado de incluir uma amostra  no  meu   O NOVO CONTO BRASILEIRO,  de uns anos atrás.”
           Malcolm Silverman - professor de Linguas e literaturas portuguesa e brasileira em San Diego - California - USA, autor de vários livros, entre eles O NOVO CONTO BRASILEIRO       _
 

9 ) “MERGULHADOR DE ACAPULCO é fruto de amadurecidas incursões no terreno da curta-ficção. Justamente por ser percuciente artífice  do gênero, as narrativas que esse volume encerram atestam uma consistência técnica que somente a experiência costuma proporcionar. Há de se reconhecer que a visão de mundo ali explicitada, ampla e múltipla, resulta em fluxos e projeções existenciais aliciantes e plenamente aferíveis, cumprindo-se o papel da ficção, que é o de, reproduzindo casos e vivências, gerar a ilusão de realidade ou idealidade, a confundir-se nessa última hipótese com a poesia.”
                           F.S. Nascimento - crítico literário, autor de "Os três momentos da ficção menor" e "A estrutura desmontada".
 

10 ) “MERGULHADOR DE ACAPULCO são contos de primeiríssima água, densos, entre o poético e o narrativo. "A Letra T" é meu preferido. É um mini de força absoluta, perfeito. Gosto, porém, de "Missão Cumprida", um texto que conta, nos velhos esquemas ainda tão ricos e convincentes.”
                             Uílcon Pereira - escritor e professor de literatura.
 

11 ) “MERGULHADOR DE ACAPULCO - Fui botando uma cruzinha à esquerda dos contos que ia classificando de bons e excelentes e vinte deles se enquadraram nestas categorias. Que contos! "Cara Doutora Frieda", "Sofro em solos de sax" e "Programa" são obras-primas indiscutíveis. Você está de parabéns. E nós todos que participamos da mesma briga. É, sem dúvida, maravilhoso ver um companheiro realizar um trabalho significativo.”
                      Esdras do Nascimento - escritor
 

12 ) “Sérgio Telles trabalha bem a linguagem (ele sabe que aí reside tudo), deixando os assuntos se diluirem nas palavras - estas, sim, tecidas em opacidade: literariamente. Para se fazerem ver, notar. Disse "assuntos" de propósito, e não "conteúdos". Assim, p.ex., em "A Letra T", o "conteúdo" (gradação visual e semântica: echarpes - xales - lenços / elegância - alegria - inquietude, impaciência, tristeza, pemar) fica submerso, para a sensibilidade do leitor poder resgatá-lo e daí poder dialogar com o texto, reconstruindo no imaginário a história que "não" foi contada, a história de uma vida (a da mãe), alegres arroubos da juventude, na azáfama da condição de dona-de-casa e mãe-de-família, na curva descendente dos anos desbotados, com cheiro de adeus. A capacidade para dizer tanto com "tão pouco" é toda do autor.[...] "Cartas, Telegramas, Telefonemas" é enunciação de quem conhece (ou tenta conhecer) o ser humano, [...] A manutenção do suspense na narrativa tensa, de linguagem enxuta, precisa. O mistério não revelado, literalidade construída palavra por palavra, solicitando mais uma vez a intervenção do interlocutor implícito("e daí? e aí?") Você não sabe, tampouco eu. Isso importa? O que é que importa? Flagrar o momento, como em "Mergulhador de Acapulco"?  Apostar numa linguagem nova, num formato novo (parece um roteiro para ser encenado, o narrador se comporta como um diretor decena, ou um camera-man, aproximando-se do "ente", recuando, (nesse movimento "deixando passar" toda uma visão de mundo, de vida, de morte?). O "outro": projeção do "eu"? Desmaio não é uma meia-morte? De novo o "eu"que reaparece para recontar a mesma história de "A Letra T" (uma obcessão do autor?) e revestir o núcleo temático que se vai configurando aos poucos: Thanatos, sempre. Veja "Despedida", mais um "flash" de uma agonia cujo fim já conhecemos. Agonia que se transveste de "inconsequente conversa de botequim" em "Missão Cumprida": ainda a obcessão. E mais a postura de não saber, e "saber"que é impossível saber. Privilégio da indagação que persiste. Como literatura, quando a recusa às respostas deixa no ar o constrangimento da impossibilidade. Mas é por aí. Literatura não é para apaziguar”.
                          Dulce Midlin - professora de Teoria Literária na Universidade Federal de Goiania.

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