Ruy Pereira e Alvim

Manifesto 3 - Contra o Número

Qualquer lugar é destino para quem não quer ficar. Eu vou porque estou cansado de esperar nesta indiferença. Alquimia de esperança que vem da fé que me conforma e que adoça e amansa a alma do guerreiro dividida entre a renúncia e a lança!... Vou, porque não suporto o hálito podre que exala do respirar colectivo da Cidade e do sonho frustrado que a embala. Vou, porque tudo é vulgaridade. Vou, porque se eu protestar será contra a Humanidade. E ela é número e ela é erro em quantidade... Ela é maioria ela é a "Cidade"!... em sua soberana fantasia. E eu não suporto o desterro de ser vivo em minoria... Eu vou porque não quero ser número à esquerda ou à direita deste silencioso túmulo colectivo, uniforme, inseguro. De ferro frio, como o aço da lança que eu não uso...


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