Ricardo Redisch


Noites Cariocas I

Um grupo de adolescentes passou por mim tomando refrigerantes comendo cheesburguers trepidantes xingando o vestibular de 78. Na avenida a maresia rodeava os carros afoitos, lâmpadas de mercúrio brilhavam em suas luzes libertinas. Você desvendava bolhas de ar quente no vento frio enquanto um ano passado em Marienbad girava no quarto de espelhos do meu cérebro atravessado por córregos de cachaça. Fileiras de cadáveres estendiam-se na areia de Ipanema esperando a flor decapitada do maracujá celeste. Na manhã seguinte eu te procurava no caos dos lençóis sonhando com um castelo de mosaicos bizantinos.


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