Rogério F. P.


Aqui onde só o vento é testemunha,

Aqui onde só o vento é testemunha, onde minh'alma bruxuleia, meu pensamento divaga em construções absurdas. Quando em meio a clausura, mesmo que, cercado de formosura poderia eu dessa tristeza me libertar? Sei que não observo com alegria o desabrochar da primavera em seu sincronismo que eleva a alma a um patamar inacreditável. Imperdoável seria se almenos em um dia, eu não me precipitasse, e com critério observasse o que é para mim tão longe, mas que é na verdade uma silenciosa prece. Cálido báratro quero que em seus braços me tome e que minh'alma se evole calmamente junto com o perfume das flores, para que assim eu possa entender a vida, e recomeçar na morte!


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