Paulo Augusto Rodrigues

Espanto

É o silêncio que te choca? Ver meu rosto contraído, Meu copo vazio, Meu estado de abandono. Minha insônia, Meus tremores, Os vacilos de memória. Ver minha bílis escarrada, Meu desânimo latente, Meu amargo desumor, Meus suores quando durmo, O volume do cinzeiro, O escritório em desalinho, A ausência do querer. Me faltam as respostas. É quando calo. Agora, me diga, É o silêncio que te choca?


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *