Paulo Augusto Rodrigues

Orvalho

Os cabelos estão molhados Escorrendo gotas, Que deslizam, suavemente, Como lágrimas. Deixando límpidas marcas, Na passagem, Sobre a pele de mel. Todo o corpo encharcado Colando o desêjo, No úmido trocar de carícias errantes, Ao olhar penetrante, Que disparam Seus olhos macios. A face revela a vontade. Sua imagem reduz a paisagem Ao contorno montanhoso do corpo. Ao relêvo exato De uma paixão constatada, Sobre as gotas, Que depois desta chuva, Restou sobre a relva orvalhada.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *