| PÁTRIA Tardes
penosas
Horizontes
proscritos
 Homens
abatidos
 Como
insetos pisados.
 Outros
que aniquilam
 Estragos
da honra
 A
mercê da ética
 Cada
dia mais distante, ao longe
 Não
enxergam a razão.
 Míseros
seres
 Végetos 
marginais
 Clausura
sem muros
 Lodaçal
de almas
 Degetos
sociais
 Sobre
a grama verde
 Sob
o céu que ao longe é azul.
 Falsos
monges
 Fingem
se importar
 O
lixo que se acumula
 Dia-a-dia
a fio
 Nas
portas dos palácios
 Igrejas
seculares
 Sob
guardas sacerdotais
 Que
olham mas não enxergam
 Opinam
mas não agem.
 Palavras
que não saciam
 Fome
orgânica
 Fome
mental
 Mentes
castras, insensíveis
 Informações
recebidas
 Não
assimiladas, não digeridas.
 A
criança daquela esquina
 Surgiu
do caos
 tragédia
urbana
 ninguém
se envolve
 Só
teme, lamenta,
 por
trás dos vidros
 Não
ouve sua voz
 Não
sente sua dor
 Não
ler seu olhar.
 Olhar
do nada para o nada
 Saco
vazio,  inodoro
 Lamento
da vida morta
 Vida
não vivida
 Sofrida,
morrida.
 E
a cúpula então
 Marginais
assumidos
 Ratos
em esgotos
 Escrúpulos
relegados
 Sobrenadam
à deriva
 No
lamaçal da desonra
 Sobre
os girassóis.
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