Raphael Luiz Junqueira


Soneto XVI

Não conheço que força ingente e estranha Impeliu-me tristonho a tal afeto... Nem sei que bem... que palpitar secreto Põe-me ditoso e Amor meu Peito ganha! Dos suspiros o som sereno e manso Tomou-me ultimamente o peito aflito. Ah! sonhos de paixão em que me agito! Ah! vigílias em febre sem descanso! Não sei que força esplêndida e plangente, No coração o amor me vai soprando Em me levando a esse suspiro infindo... Não me importa saber — sentir somente: Vivendo em ti eu morrerei cantando, Morrendo em mim tu viverás sorrindo!


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