Ricardo Madeira

Sonhos de Pó

The truth in me, Too dark to see, So bitter the taste, Now the poison runs free. -Mathias Lodmalm Luz pálida, A bela fragrância de uma lua calma, Mas inútil, É a escuridão que lhe abraça a alma. As suas lágrimas, Flores que o vento insiste em ceifar, Imemoriais os tempos Em que as estrelas lhe podiam falar. Não se move, Continua a querer o que não pode ter, A chuva cai, Deseja aquilo que não pode acontecer. Os seus gritos Embalam horrendos os seus ouvidos, Sonhos de pó, E o vazio que lhe perfaz os sentidos. O relâmpago, Um coração em brasa perde o brilho, Depois trovão, A noite que chama alto pelo seu filho. Eco que persiste, O bolso revela a lâmina sem hesitar, E em vão resiste, Dor esmaga o medo de se entregar. Suave o corte, Tal como as carícias de quem amou, Chora na morte, As lágrimas que também ela chorou Quando a matou...


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