Rosemary da Costa Ramos 

Poema do Adeus
 
Agora, nosso grito
tem a medida do abismo,
não mais a imensidão do céu.

Agora que paramos,
sentimos ao nosso redor
que tudo foi inútil,
do caule à rosa seca,
que antecedeu a despedida.

Aos poucos meu corpo
se desprende,
e o que ora
ainda não é
se tornará pedra.

Mediremos tudo
pela extensão do amor.
E o amor,
pela ternura que agora se desfaz.

Ao caminharmos distantes,
só nos unirá o pensamento.
Nossos sonhos... um recordar triste
do que nunca seria realidade.

Se seremos sombras,
ou ainda seres...
o eixo imaginário de nosso pecado
marcará o início e o fim
                         do nosso amor.

 
     

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  03 de dezembro de 1997