Fernando Py

Morte Íntima

A Eliane Zagury
Quatro sílabas viajam no rumo de ninguém. Quatro caladas mágoas já sem uso em palavras. Língua cortada, o eco regressando à origem que se pressente oblíqua anterior à linguagem. A idéia segue a sílaba em seu perecimento mantendo-se intranqüila durante algum momento. Sejam dias ou séculos igual será o lamento desse ruído - som morto cavado na laringe. Persista embora o símbolo constante do alfabeto os signos não reunidos jamais na mesma sílaba lerão palavra idêntica a essas duas minúsculas outrora pronunciadas carreando emoções mágicas. A morte dessas sílabas completa a do indivíduo.

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