Pereira da Silva


Uma Parábola

Esqueceu-me jamais essa Roseira. Deu rosas brancas a existência inteira E viveu, para nós, as alegrias Das nossas noites e dos nossos dias. Essa Roseira teve sempre rosas Para as festas gentis ou religiosas E nunca se esqueceu dos namorados Ou de dar flores para os seus noivados. Eu quero crer também que nunca houvesse Enterramento humilde a que não desse, Essa Roseira, a régia compostura De suas rosas de imortal brancura. Posso, entanto, afirmar que essa Roseira, Porque deu flores a existência inteira, Passou despercebida aos homens brutos Como aos ladrões as árvores sem frutos...


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