Pedro Kilkerry


Ad veneris lacrimas

Em meus nervos, a arder, a alma é volúpia... Sinto Que Amor embriaga a Íon e a pele de ouro. Estua, Deita-se Íon: enrodilha a cauda o meu Instinto aos seus rosados pés... Nyx se arrasta, na rua... Canta a lâmpada brônzea? O ouvido aos sons extinto Acorda e ouço a voz ou da alâmpada ou sua O silêncio anda à escuta. Abre um luar de Corinto Aqui dentro a lamber Hélada nua, nua. Íon treme, estremece. Adora o ritmo louro Da áurea chama, a estorcer os gestos com que crava Finas frechas de luz na cúpula aquecida... Querem cantar de Íon os dois seios, em coro... Mas sua alma - por Zeus! - na água azul doutra Vida Lava os meus sonhos, treme em seus olhos, escrava.


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