Pedro de Alcântara


A Imperatriz

Corda que estala em harpa mal tangida, Assim te vais, ó doce companheira Da fortuna e do exílio, verdadeira Metade de minh'alma entristecida. De augusto e velho tronco, haste partida E transplantada à terra brasileira, Lá te fizeste à sombra hospitaleira Em que todo o infortúnio achou guarida. Feriu-te a ingratidão no seu delírio; Caíste; e eu fico a sós neste abandono, Do teu sepulcro vacilante círio. Como foste feliz! Dorme o teu sono. Mãe do povo, acabou-se-te o martírio; Filha de reis, ganhaste um grande trono!


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