Matheus Tonello
Agonia
					Cai-se uma gota de orvalho,
					Na fria e ríspida manhã
					É tão fácil sentir-se doente, uma pessoa carente,
					Que só resta ao descrente, inundar a relva de lágrimas.
					É claro, logicamente, inconstante,
					Que traz na rua, o sentimento errante,
					Da mulher nua, presa ao relento
					Do desespero, cíngulo e fatal.
					Ao encorajar-se no dia, único, presente...
					Não se deve abaixar, ó vidente, tu és prudente?
					Que digas para mim o quão me queres
					Que se edifique entre os poucos as chacotas...
					De um sentimento insano, indistinguível
					Que perturba o coração desesperado
					Que grita, pede que retornes
					Se desvaria na rústica senzala, seu interior é oco e desumano...
					Ó criatura que ajoelha e pede,
					Em tom de adeus, chora o fim do anunciado;
					Às linhas tortas, se tornaram erradas
					Na insanidade nega o perdão: pobre algoz!
					O globo que gira sem cessar,
					E que o guerreiro fortemente armado,
					Possa fazer da lágrima escorrida,
					Uma bela canção de amor...
					Esse guerreiro que clama por justiça,
					Briga, luta, excede-se à raiva,
					Beija aquela boca proibida, porém desejada,
					Tornando realidade, ao ímpeto desejo de te amar.
					De querer, muito mais e mais
					Exigir do destino, um final feliz,
					Para que eu lhe diga, que foi válida
					A vontade de te ter que eu sempre quis.
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