Maria de Lourdes Cid

Bem-te-vi
 
 
Que fazes doce bem-te-vi que à tarde
Vens de mansinho cantar à minha porta?
Quando o sol morre, quando a tarde é morta
E nos casebres a candeia arde?

Que fazes que não vais para o teu ninho
Juntar-te à pobre companheira errante?
Por que deixas teu ninho tão distante
E vens para o meu lar, ó passarinho?

Bem-te-vi, coração triste, sombrio
Que andas a vagar de flor em flor
Oh ! volta doce bem-te-vi cantar
Quando se for o inverno e vier o estio.

                   
            
                                                                                          20 de Abril de 1928.
                                                                            
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  08  de  Junho  de  1998