Manuel Lopes


Postal

deste lado da ilha o cais e a cidade velha datam de muito tempo, ma a cidade é um poema não cresceu. é sempre a mesma. todos os dias igual: o mesmo outeiro da cruz desterro, fontes e fortes igrejas, lendas, sobrados estreitas ruas, mirantes portões, sacadas de ferro poetas, becos, telhados serestas, maledicência saveiros, pregões de rua cantaria, mal-amados rios (chão, templo e canteiros) de peixe e palafitados) ladeiras, moças bonitas recato e amor nas janelas casarões azulejados. cidade em traje a rigor vestida à colonial meu mundo, meu porta-jóias meu bem, meu cartão postal. brisa de maré vazante sem similar no país. quietude pousada na água caminhos feitos de história. gente vem ver São Luís!


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *