Miguel Jorge 

Unhas
            
Meia lua: meia máscara
         quase cascos
         quase garras
         ou gavinhas.

Quase armas: quase escamas
         quase flores
           multicores
beliscam de mansinho: roxa marca
     a fina pele do passarinho.

Vejam as unhas: dez armas da cor do vinho
dez armas da cor do sangue:
            licor de espera.
Vencem sempre: e ferem fundo
            desatam nós
            rasgam espantos
            imagens de bichos:
devolvem aos seus donos
a fúria natural.

 
 [ Poemas do livro Profugus, Goiânia - 1990. ]

[ ÍNDICE DO POETA ][ PÁGINA PRINCIPAL ]
 
 
 
Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  04 de dezembro de 1997